Atividades realizadas
O projeto foi estruturado em três componentes: (i) apoio à análise e validação do CAR; (ii) promoção e apoio à inscrição no CAR; e (iii) infraestrutura para a análise e validação do CAR.
Componente 1 – Apoio à análise e validação do CAR
O projeto tinha como meta analisar e validar 67.788 cadastros ambientais rurais do Estado do Paraná. Foram realizadas 11.088 análises e validações no âmbito do projeto, por meio de contrato de gestão firmado com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná – SIMEPAR.
A etapa subsequente, de análise de 56.700 cadastros, deveria ter sido executada por um prestador de serviços a ser selecionado por licitação pública, aproveitando-se da metodologia desenvolvida e testada pelo SIMEPAR e pelo IAT na etapa anterior.
Considerando que não ocorreu a contratação de uma empresa para realizar a análise prévia de cadastros, em complemento ao trabalho já realizado pelo SIMEPAR, o valor esperado de CARs analisados nessa componente se frustrou, resultando na análise de cerca de 16% do total previsto originalmente.
Componente 2 – Promoção e apoio à inscrição no CAR
O objetivo nessa componente do projeto foi o cadastramento de povos e comunidades tradicionais que fazem uso coletivo do seu território em áreas consideradas prioritárias para conservação no estado do Paraná.
Inicialmente foi realizado um estudo para a identificação e localização desses povos e comunidades tradicionais, que consolidou o arcabouço jurídico relacionado aos direitos dos povos e comunidades tradicionais em relação ao CAR e detalhou a sua localização, população estimada, o número de famílias por segmentos e aspectos socioeconômicos, fundiários, territoriais e dominiais.
Por fim, esse estudo indicou a metodologia a ser seguida no processo de cadastramento dos territórios dos povos e comunidades tradicionais, respeitando-se os seus usos familiares e coletivos.
Vale mencionar que povos e comunidades tradicionais são definidos como “grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição”, segundo a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais¹.
Na sequência foram contratadas empresas para a execução dos serviços de cadastramento no SICAR dos territórios de povos e comunidades tradicionais no estado do Paraná. Foram realizados e inscritos 165 cadastros ambientais rurais coletivos de comunidades tradicionais no SICAR, com área total de 191.147 hectares em propriedades e posses e 372.712 hectares em área declarada de territórios tradicionais de povos e comunidades tradicionais, totalizando 2.340 pessoas cadastradas.
Componente 3 – Infraestrutura de análise e validação do CAR
Foi elaborado manuais técnicos e roteiro metodológico de análise do CAR e foram treinados 45 profissionais do IAT, entre técnicos e gerentes operacionais, para implantação assistida no módulo do SICAR e em legislação florestal federal e estadual.
Com o objetivo de organizar e sistematizar bases de dados distribuídas em diversos órgãos do Estado do Paraná, visando sua adequação à arquitetura computacional e modelo conceitual da plataforma do Sistema Estadual de Gestão Ambiental do IAT e do SICAR, foram compatibilizadas 15 bases temáticas, entre as quais: limites municipais, rede viária, bacias hidrográficas, mapa altimétrico, estrutura fundiária, unidades de conservação e de imagens de diversos satélites.
Foram ainda elaboradas novas bases temáticas para estabelecer o uso e cobertura da terra e visando aprimorar a identificação de drenagens e nascentes e do uso e cobertura da terra nas propriedades. Também foram elaborados mapas de declividade, que não estavam disponíveis no SICAR à época, possibilitando a identificação de áreas de preservação permanente com declividade maior do que 45°, declividade entre 25° e 45°, bordas dos tabuleiros e chapadas, topos de morros e áreas com altitude acima de 1.800 metros.
Entre as bases temáticas e os mapas elaborados pelo projeto menciona-se a elaboração de mapa de restrições ao uso; de mapas de uso e cobertura da terra gerado a partir do mosaico das imagens Landsat 8; e mapa de uso e cobertura da terra gerado a partir do mosaico das imagens ALOS, adaptado às classes do SICAR.
Essas bases temáticas foram compatibilizadas com as camadas oficiais existentes no Estado e organizadas em plataforma webgeo denominada GeoSICAR PR.
Foi desenvolvida uma nova funcionalidade no SICAR, mediante a criação do perfil Geo Administrador, que permite a inserção de camadas vetoriais e de informações geográficas de referência no módulo de análise, sem a necessidade de abrir demandas junto ao administrador do SICAR. Também foram desenvolvidos dois perfis de atuação adicionais, que permitissem a geração de relatórios gerenciais para a identificação da quantidade de cadastros analisados por instituição.
Havia a previsão de aquisição pelo projeto de mobiliário, veículos e equipamentos de informática, entre outros, para melhor estruturação operacional do IAT. Todavia, foram adquiridos apenas um projetor multimídia, a tela de projeção e o seu suporte, um apontador a laser, cabo HDMI e periféricos para essa finalidade. Havia sido prevista também a integração entre o SICAR e o Sistema Estadual de Gestão Ambiental (SGA), mas essa atividade também não chegou a ser realizada.
¹ Decreto 6.040 de 7 de fevereiro de 2017