ATIVIDADES REALIZADAS
A implementação do projeto foi estruturada a partir de dois eixos, a saber: (i) gestão territorial integrada e (ii) fomento e incentivos às cadeias produtivas agroflorestais e serviços ambientais.
I - Gestão Territorial Integrada: As ações realizadas no âmbito desse eixo do projeto tiveram como objetivo estruturar o governo do estado do Acre para realizar atividades de apoio e de fiscalização, fortalecendo as bases técnicas das instituições de gestão territorial do governo estadual, como a Unidade Central de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto (UCEGEO), o Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC), além da Secretaria de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e Serviços Sustentáveis (SEDENS). O projeto também apoiou nesse tema a estruturação de prefeituras e sua integração ao Plano de Prevenção e Controle dos Desmatamentos do Acre (PPCD-AC).
Os investimentos visando à modernização da UCEGEO estabeleceram condições para esta armazenar, integrar e gerenciar a base de dados geradas no âmbito do ZEE do estado do Acre, com foco no monitoramento do desmatamento e queimadas. Foram adquiridas licenças de software para o processamento digital de dados e de imagens de satélite, bem como equipamentos de tecnologia da informação e mobiliário.
Foi realizada a capacitação em geotecnologias de 30 funcionários da UCGEO para aprimorar a análise de imagens de alta resolução por satélite e radar, com a utilização de ferramentas como Envi, Eedas ArcGis e PostGree.
Os investimentos para o fortalecimento do IMAC, por sua vez, possibilitaram a modernização do controle ambiental em atividades de licenciamento, monitoramento e fiscalização. Com o apoio do projeto foi realizada a reforma da sede do IMAC e adquiridos mobiliário, condicionadores de ar, computadores, servidores e memória para servidores, nobreaks, notebooks e veículos.
Foram desenvolvidos, por meio de consultoria, novos módulos dentro do Sistema Estadual de Informações Ambientais (SEIAM), tais como o Módulo de Outorga de Recursos Hídricos e o Módulo de Consulta ao Sistema de Licenciamento para o Público Externo.
Foram realizados investimentos focados na melhoria da gestão dos recursos florestais do estado do Acre e para o fortalecimento institucional da SEDENS, mediante a aquisição por essa Secretaria de máquinas, equipamentos, softwares, mobiliário e veículos. Nesse contexto, o projeto VAAF apoiou o Programa de Residência Florestal que permitiu a capacitação de 38 engenheiros florestais, por meio de pós-graduação (lato sensu) em Gestão Florestal pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em parceria com Universidade Federal do Acre (UFAC), voltado ao uso sustentável dos recursos florestais nativos.
As ações visando fortalecer a gestão ambiental municipal incluiram o apoio à criação de Conselhos Municipais de Meio Ambiente, bem como a estruturação e adequação física das Secretarias de Meio Ambiente Municipais, por meio da aquisição de equipamentos diversos, tais como de informática e veículos 4x4.
Foram estruturadas brigadas comunitárias de combate a incêndios florestais, mediante o fornecimento de kits de combate ao fogo, incluindo a capacitação de 1.054 brigadistas. Complementarmente foram realizadas 18 oficinas participativas para prevenção e controle do desmatamento e queimadas.
O projeto apoiou, ainda, a formulação dos Planos Municipais de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas da totalidade dos municípios que compõem o estado do Acre, com o objetivo de promover reduções efetivas nas taxas de desmatamento, queimadas e a consolidação de alternativas ao uso do fogo.
Visando promover o ordenamento territorial dos municípios do estado do Acre, foram desenvolvidas diversas atividades, entre as quais a formulação dos planos de Ordenamento Territorial Local (OTL) de três municípios (Manoel Urbano, Feijó e Plácido de Castro). O OTL é uma ferramenta de planejamento territorial que leva em conta, entre outras, as características socioambientais do município e visa orientar o uso de seu território, buscando a melhor ocupação do espaço.
Para estruturar o sistema de alerta precoce de secas e enchentes foram realizadas atividades de instalação e manutenção de 46 plataformas de coleta de dados hidrometeorológicos (PCDs), que transmitem dados via satélite sobre vazão de rios e riscos ambientais, das quais quatro adquiridas com recursos do Fundo Amazônia e as demais cedidas pela Agência Nacional de Águas – ANA.
O projeto também promoveu a capacitação de funcionários da Secretaria de Meio Ambiente do Acre (Sema) em uso de recursos de geotecnologia e geoprocessamento.
As atividades retromencionadas, implementadas no âmbito do eixo “Gestão Territorial Integrada” do projeto, contribuiram especialmente para estruturar o governo do estado do Acre e os governos municipais a desenvolverem ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento.
II - Fomento e incentivos às cadeias produtivas agroflorestais e serviços ambientais: As ações realizadas no âmbito desse eixo do projeto incentivaram, por sua vez, a prestação de serviços ambientais, mediante ações de consolidação de práticas produtivas sustentáveis associadas a florestas ameaçadas; de apoio ao manejo florestal de produtos madeireiros e não madeireiros e de sequestro de carbono via reflorestamento de áreas degradadas.
No âmbito desse eixo foram prestados serviços de assitência técnica e extensão rural (ATER) a agricultores familiares e a extrativistas envolvidos com manejo florestal comunitário. Esses serviços foram terceirizados pelo governo do estado do Acre e compreenderam, entre outras atividades, visitas técnicas aos pequenos produtores, intercâmbios e capacitações. Foram beneficiadas 2.361 famílias, localizadas prioritariamente no entorno da BR-364, nos municípios de Bujari, Sena Madureira, Manoel Urbano, Feijó e Tarauacá.
Foi apoiada a implantação de sistemas agroflorestais (SAFs) e o desenvolvimento de planos de manejo de uso múltiplo de florestas de produção certificada. Entre outras atividades, foi implementado o inventário florestal do complexo de florestas estaduais do Rio Gregório (Florestas Estaduais do Rio Liberdade, Mogno e Rio Gregório).
Essa atividade em particular se insere na estratégia de promover o aproveitamento econômico sustentável de florestas públicas por meio de concessões florestais. Na concessão florestal uma empresa (ou associação produtiva) recebe autorização do governo para explorar, mediante práticas de manejo florestal sustentável, os produtos de uma floresta pública por um determinado tempo e mediante o pagamento ao poder público de um valor financeiro.
Para a implantação de SAFs foram fornecidos aos pequenos produtores familiares equipamentos agrícolas, insumos (mudas e sementes) e animais de pequeno porte (galinhas caipiras), além de terem sido fornecidos serviços de destoca e gradagem mecanizada.
O projeto pagou bônus para 2.198 famílias de pequenos produtores que possuem propriedades certificadas, conforme critérios do Programa de Certificação das Unidades Produtivas, embasado na Lei Estadual nº 2.025/2008, com o objetivo de incentivar a redução de emissões por desmatamento em áreas de florestas ameaçadas.
Adicionalmente foi realizado o pagamento de bônus pela redução de emissões por desmatamento para 953 famílias moradoras das florestas públicas que participam do Programa de Manejo Florestal Comunitário do Estado do Acre.
O projeto promoveu a capacitação de associações indígenas para a elaboração de planos de gestão em terras indígenas (TIs) e a formação de equipes de vigilância, além de apoiar a implementação de ações de vigilância, a marcação física dos limites dessas terras e a construção de postos de vigilância nas TIs.
Foram realizadas 14 Oficinas de Vigilância e Fiscalização das Terras Indígenas, capacitando 360 indígenas para atividades de monitoramento e proteção contra invasões e incêndios florestais, incluindo conhecimentos nas temáticas de legislação ambiental, uso de GPS e elaboração de planos de vigilância.
Além da construção dos postos de vigilância nas TIs, foram adquiridos equipamentos e material de apoio, tais como barcos e motores de barcos, materiais de proteção individual, de abertura de picadas e de acampamento volante.
Por fim, foi apoiada a instalação da “Biofábrica - Laboratório de Melhoramento Genético e Clones do Viveiro da Floresta”. Essa iniciativa foi fruto de uma parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o governo do estado do Acre, tendo sido entregue pelo projeto um laboratório equipado e em funcionamento.