Indicadores de eficácia e efetividade
As atividades do projeto contribuíram para os resultados relacionados às componentes “Produção Sustentável” (1) e “Ciência, Inovação e Instrumentos Econômicos” (4) do Quadro Lógico do Fundo Amazônia.
A seguir, apresentam-se os resultados de alguns indicadores pactuados para monitorar os efeitos diretos previstos.
Efeito direto 1.3: Capacidades gerencial e técnica dos assentados, e de visitantes do centro de treinamento, ampliadas para a utilização sustentável da biodiversidade do bioma Amazônia.
- Número de cursos realizados (indicador de eficácia)
Meta: 5 | Resultado alcançado: 6
O projeto alcançou sua meta de realização de cursos no CTA, com capacitação em coleta de sementes, identificação botânica, manejo de SAFs e criação agroecológica de aves.
É interessante ressaltar que a infraestrutura implantada permitiu realizar vários outros cursos e atividades financiados por outros projetos e parceiros do Musa.
- Número de indivíduos capacitados (indicador de eficácia)
Meta: 80 | Resultado alcançado: 305
Com a criação de infraestrutura adequada, o CTA realizou diversos cursos e outras atividades de capacitação. O público participante dessas atividades compreendeu 17 assentados do próprio Assentamento Água Branca, 38 indivíduos oriundos de outros assentamentos próximos e 250 de origens variadas.
Esse número de capacitados decorreu da utilização do CTA por outros projetos e iniciativas do Musa, o que foi uma externalidade do projeto, já que inicialmente a criação do centro de treinamento tinha como público-alvo a população do
Assentamento Água Branca. A ampliação do uso do CTA para outras capacitações na temática agroflorestal é bastante positiva.
Efeito direto 4.1: Conhecimentos sobre o bioma Amazônia difundidos para a conscientização da população quanto à temática socioambiental e para a promoção do turismo regional.
- Número anual de visitantes recebidos pelo Musa (indicador de efetividade)
Meta: 31.200 | Resultado alcançado: 37.700
As medições das entradas de visitantes, que eram feitas por estimativa, começaram a ser aferidas em 2013, quando foram contabilizados 15.600 visitantes. A partir de então, o número foi evoluindo positivamente até chegar a 37.700 visitantes em 2017. Além de ampliar o número de visitantes, um importante marco da evolução da sustentabilidade
do Musa foi o início da cobrança de ingressos a partir do final de 2014.
ASPECTOS INSTITUCIONAIS E ADMINISTRATIVOS
As principais parcerias que possibilitaram a criação do Musa foram estabelecidas com os seguintes órgãos: (i) Governo Federal, com a cessão por 15 anos de área de 100 ha, nas margens da Reserva Ducke em Manaus; (ii) Incra, com a cessão de área de 30 ha para a criação do CTA; (iii) Universidade do Estado do Amazonas (UEA), que custeou despesas de infraestrutura, pessoal administrativo e de preparação das primeiras exposições e dos locais de visitação.
Após a estruturação inicial provida pelo projeto, o Musa também obteve recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e de empresas privadas, através de incentivos da Lei Rouanet, que permitiram a montagem das exposições “Peixe e Gente” e “Aturás - Mandiocas – Beijus”. Outro parceiro em projetos no CTA foi o Programa Ecomudança do Itaú-Unibanco, em parceria com o Instituto Ekos Brasil.
RISCOS E LIÇÕES APRENDIDAS
No início do projeto, os valores apresentados pelas construtoras para a realização das obras excederam muito os valores originalmente previstos. Foi necessária uma pesquisa extensa para encontrar valores compatíveis com os orçados, especialmente para a torre de observação. Foram feitos ajustes para reduzir o custo da torre, e também realizada a compra direta de matéria prima para viabilizar sua construção.
Ao longo do projeto os períodos de chuvas causaram atrasos na execução das obras, uma vez que as condições de trabalho inviabilizaram a operação de máquinas e equipamentos. Os períodos de chuvas também impactaram o ritmo de atividades do CTA, cujo acesso dependia das condições precárias da estrada.
Também ocorreram atrasos na construção da torre e de outras estruturas do Musa, o que invabilizou o início das atividades na data prevista, impactando negativamente o custeio das atividades do museu.
O custeio de museus é um desafio permanente do setor. No início de suas atividades, o Musa não dispunha de uma fonte estável de custeio. Por conta disso foi aprovada uma suplementação de recursos do Fundo Amazônia ao projeto, que permitiu custear as atividades do museu até seu pleno funcionamento, quando a cobrança de ingressos fortaleceu seu fluxo de caixa.
SUSTENTABILIDADE DOS RESULTADOS
A arrecadação com a cobrança de ingressos para a visitação ao Musa, passou a ter um peso significativo no balanço financeiro da instituição. Ocorreu um crescimento constante do número de visitantes, que evoluiu progressivamente de 37.700 visitantes em 2017 para 68.800 visitantes de 2019.
O aumento na visitação foi acompanhado de um aumento na arrecadação com um incremento de 165% das receitas nesse mesmo período (entre 2017 e 2019), considerando tanto a arrecadação com ingressos como outras entradas de recursos.
Após o término do projeto continuaram sendo feitos investimentos na melhoria da infraestrutura do museu. Esses investimentos incluíram, entre outros, abertura de nova trilha e ampliação das trilhas já existentes, ampliação do Orquidário, construção do entorno do Lago das Vitórias-Régias (Victoria amazonica), criação da Trilha Sensorial, reformas do Serpentário, do Fungário e do Borboletário.
A pandemia do COVID-19 impactou as atividades do Musa em 2020, uma vez que o museu não recebeu visitantes e consequentemente não obteve receita de ingressos, por cerca de três meses. Em 2021, apesar de ter permanecido fechado no início do ano, o museu encontrou formas de reduzir custos e aumentar sua visitação e receita, com a inauguração da exposição “Passado Presente – Dinos e Sauros da Amazônia”.
O Musa ganhou o prêmio Travellers’ Choice 2021 do site de viagens Tripadvisor¹, o que é uma informação qualitativa relevante, além de ficar em terceiro lugar no ranking de atrações turísticas de Manaus, atrás apenas do Teatro Amazonas e do “Encontro das Águas"², segundo classificação dos próprios viajantes registrados nessa plataforma de viagens. Dessa forma, o Musa contribui para o aumento do tempo de permanência dos turistas na cidade, e, consequentemente para uma maior geração de renda e arrecadação de impostos no Estado do Amazonas.
¹ https://www.tripadvisor.com.br/Attraction_Review-g303235-d2364476-Reviews-Museu_da_Amazonia_MUSA-Manaus_Amazon_River_State_of_Amazonas.html
² https://www.tripadvisor.com.br/Attractions-g303235-Activities-a_allAttractions.true-Manaus_Amazon_River_State_of_Amazonas.html