Indicadores de eficácia e efetividade
As atividades do projeto contribuíram para os resultados relacionados às componentes “produção sustentável” (1) e "ciência, inovação e instrumentos econômicos" (4) do Quadro Lógico do Fundo Amazônia.
Efeito direto 1.3: Capacidades gerencial e técnica ampliadas para a implantação de sistemas agroflorestais, cooperativismo e gestão de associações
Os principais indicadores pactuados para o monitoramento deste objetivo foram:
- Nº de indivíduos capacitados, a nível técnico ou gerencial, nas atividades de implantação de sistemas agroflorestais (indicador de eficácia)
Meta: 500 | Resultado alcançado: 540
- Nº de indivíduos capacitados, a nível técnico ou gerencial, nas atividades de implantação de sistemas agroflorestais efetivamente utilizando os conhecimentos (indicador de efetividade)
Meta: 300 | Resultado alcançado: 353
- Nº de famílias (imóveis rurais) beneficiados com assistência técnica (indicador de eficácia)
Meta: 500 | Resultado alcançado: 1.201
- Nº de indivíduos capacitados, a nível técnico ou gerencial, para gestão de associações e para cooperativismo como meio de acesso ao mercado (indicador de eficácia)
Meta: 100 | Resultado alcançado: 114
Efeito direto 1.4: Áreas desmatadas e degradadas recuperadas e utilizadas para a produção por meio de sistemas agroflorestais (SAFs)
Os principais indicadores pactuados para o monitoramento deste objetivo foram:
- Eventos de sensibilização ou de integração voltados à regularização ambiental e recuperação de áreas alteradas ou degradadas (indicador de eficácia)
Meta: 15 | Resultado alcançado: 42
- Organizações comunitárias (associações e cooperativas) fortalecidas (indicador de efetividade)
Meta: 10 | Resultado alcançado: 14
- Área recuperada e utilizada para fins econômicos (indicador de efetividade)
Meta: 500 hectares | Resultado alcançado: 742 hectares
- Imóveis com projetos de produção sustentável - implantação de sistemas agroflorestais (indicador de eficácia)
Meta: 500 hectares | Resultado alcançado: 505
- Receita obtida com atividades econômicas de uso sustentável (indicador de efetividade)
Meta: não definida | Resultado alcançado: R$ 724 mil
- Mudas produzidas pelo viveiro com apoio do projeto em Itapuã do Oeste (indicador de eficácia)
Meta: 800.000 | Resultado alcançado: 1.035.000
- Valor total pago por serviços ambientais (indicador de eficácia)
Meta: R$ 292 mil | Resultado alcançado: R$ 415 mil
- Famílias beneficiadas com pagamento por serviços ambientais (indicador de eficácia)
Meta: não definida | Resultado alcançado: 471 famílias
- Área beneficiada com pagamento por serviços ambientais (indicador de efetividade)
Meta: não definida | Resultado alcançado: 257 hectares
Efeito direto 4.1: Conhecimentos e tecnologias voltados para o uso sustentável em Rondônia produzidos e difundidos
Os principais indicadores pactuados para o monitoramento deste objetivo foram:
- Pesquisadores e técnicos envolvidos nas atividades de CT&I residentes na região amazônica durante a execução do projeto (indicador de efetividade)
Meta: 10 | Resultado alcançado: 13
- Número de publicações científicas produzidas (indicador de efetividade)
Meta: não definida | Resultado alcançado: 1
Por fim, foi monitorado o comportamento da taxa de desmatamento nos municípios do estado de Rondônia beneficiados com as ações do projeto, apesar do impacto dessas ações ser limitado considerando-se sua escala em face dos diversos vetores que contribuem para o desmatamento nessa região.
- Desmatamento anual nos municípios de Machadinho d’Oeste, Cujubim e Itapuã do Oeste no estado de Rondônia (indicador de efetividade)
Meta: não definida | Resultado alcançado: 164 km² (2018)
O desmatamento anual por corte raso verificado em 2018 nos municípios do estado de Rondônia beneficiados com as ações do projeto foi de 164 km². Tendo em vista que em 2013 essa taxa havia sido de 153 km2 (linha de base), verificou-se um crescimento de aproximadamente 7% na taxa de desmatamento anual quando se comparam os anos de 2013 e 2018.
Desmatamento anual (km²)
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Município
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Linha de base (2013)
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2014
|
2015
|
2016
|
2017
|
2018
|
Variação % 2018/2013
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|
Machadinho d’Oeste
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81,2
|
61,4
|
98,3
|
93,7
|
99,4
|
74,1
|
-9
|
|
Cujubim
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55,3
|
40,6
|
65,8
|
85,9
|
87,1
|
73,2
|
32
|
|
Itapuã do Oeste
|
16,9
|
9,0
|
8,9
|
16,4
|
14,2
|
17,1
|
1
|
|
Total
|
153
|
111
|
173
|
196
|
201
|
164
|
7
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Fonte: Elaboração própria com base em dados do INPE/PRODES
Aspectos institucionais e administrativos
O projeto estabeleceu relações de parceria com diversas instituições, contando com o apoio da prefeitura municipal de Itapuã do Oeste (produção de mudas no viveiro municipal), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra (autorização para implantação dos projetos de SAFs nos assentamentos) e da Universidade Federal de Rondônia (realização de estudos e pesquisas sobre o solo e a paisagem).
Também foi estabelecida colaboração com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC)¹. Esse órgão público forneceu sementes de cacau, proporcionou transferência de conhecimentos técnicos e assessorou na elaboração e implantação dos SAFs.
As auditorias anuais independentes contribuiram para melhorar aspectos de gestão do Rioterra, adequando seus processos às melhores práticas de mercado, incluindo a criação de um Código de Ética e do seu Regimento Interno.
¹ A CEPLAC é um órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Riscos e lições aprendidas
Pode-se dizer que o projeto se desenvolveu de forma favorável. Em termos de resultados, todos os produtos e serviços previstos foram executados e seus objetivos alcançados.
As atividades de mobilização realizadas junto às associações comunitárias merecem destaque, tendo contribuido para o sucesso do projeto. O Rioterra adotou a prática de visitar as sedes dessas associações, facultando ampla participação e envolvimento dos beneficiários, contribuindo para fortalecer os laços de aceitação e credibilidade entre as partes.
O projeto inovou ao introduzir o pagamento por serviços ambientais com o objetivo de reconhecer a implantação e as boas práticas de manutenção realizadas pelos beneficiários em áreas recuperadas pelo projeto, com base nos seguintes critérios técnicos: (i) implantação completa do SAF; (ii) aplicação na área dos insumos ofertados para implantação do SAF (calcário, adubo etc); (iii) manutenção realizada para assegurar a regeneração da área do SAF; (iv) presença de cerca cumprindo com sua função de isolamento da área em processo de recuperação e (iii) boa condição da cobertura do solo.
Sustentabilidade dos resultados
O projeto contribuiu para a regularização ambiental de pequenos imóveis rurais da agricultura familiar, com geração de renda por meio da recuperação de áreas desflorestadas utilizando SAFs. Esses resultados tendem a se sustentar ao longo do tempo, na medida em que os SAFs se consolidem como uma opção de renda para essas populações e a legislação ambiental brasileira seja implementada pela sociedade.
Os resultados alcançados pelas diversas capacitações realizadas pelo projeto se incorporaram ao público beneficiado, expandindo seus conhecimentos sobre implantação de SAFs, agroecologia, associativismo e outros temas técnicos. Essas capacitações tendem a produzir efeitos duradouros e ampliados, se considerarmos a difusão de conhecimento que naturalmente ocorre nas relações interpessoais.
Por sua vez, o laboratório para análise de solos da Universidade Federal de Rondônia, modernizado e estruturado pelo projeto, integra a estrutura da UNIP, não havendo motivos para se esperar sua paralisação ou descontinuidade.
Cabe mencionar que o Fundo Amazônia apoia um novo projeto apresentado pelo Rioterra, a saber, o projeto “Plantar Rondônia”. Esse novo projeto abrange 12 municípios, inclusive os três municípios beneficiados pelo projeto “Quintais Amazônicos” e tem como objetivo central contribuir para o avanço da adequação ambiental de pequenos imóveis rurais no estado de Rondônia.
Acredita-se que esse novo projeto, ao ampliar significativamente a área e o nº de imóveis a serem ambientalmente restaurados e disponibilizar assistência técnica e extensão rural (ATER) para a construção de uma agricultura sustentável e de excelência, também contribuirá para a sustentabilidade dos bons resultados já alcançados pelo projeto “Quintais Amazônicos”.