ATIVIDADES REALIZADAS
A seguir, apresenta-se um resumo geral das atividades executadas pelo projeto.
Eixo 1: Fortalecimento Institucional
As obras de reforma da sede da OPIRJ foram iniciadas. No que diz respeito à aquisição de máquinas e equipamentos, foram adquiridos um veículo 4x4, computadores para a equipe administrativa/gestão, impressoras, nobreaks e equipamentos para a equipe de comunicação, incluindo câmera fotográfica/filmadora, lentes, baterias, tripé e outros acessórios.
Além da contratação de uma assessoria contábil, foram implementados serviços de apoio tecnológico que incluíram a configuração de uma nova plataforma digital de serviços e aplicativos de produtividade (workspace), a criação de e-mails institucionais e o desenvolvimento de um novo website, que desempenhará um papel estratégico no plano de comunicação da OPIRJ.
Em termos de conectividade digital, foi firmada uma parceria com o projeto Conexão Povos da Floresta, com o apoio do Instituto Fronteiras. Dos 15 pontos de internet previstos, 8 já estão instalados, sem a necessidade de aquisição de equipamentos ou pagamento de mensalidades no primeiro ano.
Foram realizadas 3 reuniões estratégicas e de governança do projeto e da rede OPIRJ. Dentre elas, a reunião do Comitê Deliberativo e Fiscal e uma Assembleia Ordinária da OPIRJ. Essa assembleia contou com a participação expressiva de 122 homens e 50 mulheres, além de representantes das 11 TIs que compõem formalmente a OPIRJ, bem como das TIs Rio Gregório e Alto Rio Jordão. Também estiveram presentes representantes de instituições convidadas, como o Ministério Público Federal (MPF), Ibama, Funai, ICMBio, o Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Juruá (DSEI Alto Juruá), a Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas do Estado do Acre (SEPI) e o 61º Batalhão de Infantaria de Selva (61º BIS).
Eixo 2: Gestão Territorial e Ambiental
Com o objetivo de promover o exercício e a aplicação de Planejamento Estratégico para a OPIRJ e as Terras Indígenas beneficiadas pelo projeto - preparando, organizando e fortalecendo as comunidades para a gestão territorial, foram realizadas 12 oficinas de planejamento estratégico, com a participação de 345 homens e 155 mulheres no total: OPIRJ, TI Kampa do Rio Amônia, TI Apolima-Arara, TI Nukini, TI Nawa, TI Campinas Katukina (Noke Kôi), TI Puyanawa, TI Jaminawa do Igarapé Preto, TI Kaxinawa-Ashaninka do Rio Breu (uma com cada povo), TI Jaminawa do Rio Bagé e TI Kuntanawa.
Cabe destacar também o início do apoio continuado à gestão da OPIRJ e de sua rede, com foco na capacitação institucional, incluindo a elaboração do plano de trabalho operacional do projeto, sistematização de processos internos e suporte administrativo e financeiro. Foram desenvolvidos os projetos arquitetônicos das construções previstas (sede da OPIRJ, NIGIs, Casas de Vigilância e Casas de Passagem). Também está em construção um Painel de Gestão Estratégica, com indicadores definidos para monitorar temas como transparência orçamentária, força institucional, gestão territorial e ambiental, segurança alimentar, restauração florestal, valorização cultural e eventos extremos.
Em relação às ações de monitoramento ambiental, foram comprados e distribuídos 20 barcos com motor e 28 kits de segurança e sobrevivência para uso nas atividades de vigilância. Foram desenvolvidas estratégias de comunicação entre os agentes de campo e as TIs apoiadas, e iniciadas as ações de monitoramento.
Sobre as estratégias de articulação para proteção territorial, destaca-se a realização do primeiro dos três “Encontros Transfronteiriços”, ocorrido na Aldeia Apiwtxa – TI Kampa do Rio Amônia, em Marechal Thaumaturgo, AC, que reuniu 73 homens e 27 mulheres, além de lideranças indígenas do Brasil e do Peru. Também foi prestado apoio técnico ao povo Noke Kôi (Katukina) da TI Campinas Katukina, permitindo sua participação nas negociações que resultaram em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Transmissora Acre. Em junho de 2024, ocorreu a primeira missão a Brasília, na qual lideranças dos povos Puyanawa, Nukini, Nawa, Huni Kuin, Ashaninka e Kuntanawa dialogaram com representantes do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Funai, Secretaria Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, ICMBio e IPHAN, para discutir agendas de proteção e gestão territorial e ambiental na região.
Eixo 3: Segurança Alimentar e Restauração Florestal
Foram adquiridos e distribuídos 49 kits agroflorestais nos territórios, contendo ferramentas como roçadeiras, carros de mão, enxadas, facões, limas e EPIs. Esses kits têm o objetivo de facilitar o manejo agroflorestal pelas comunidades e apoiar a limpeza e manutenção das áreas comuns.
Em resposta às fortes enchentes no Vale do Juruá no início de 2024, foi promovida a “Oficina de Adaptação e Enfrentamento às Mudanças Climáticas” e ações de suporte frente aos efeitos das mudanças climáticas. Itens orçamentários foram direcionados para fornecer alimentação às famílias atingidas e combustível para mobilizar as comunidades na recuperação dos cacimbas, roçados, áreas de cultivo, e para a coleta e troca de mudas, sementes, manivas, batata, entre outras ações emergenciais.
A Oficina de Adaptação e Enfrentamento às Mudanças Climáticas ocorreu em julho de 2024, em Cruzeiro do Sul (AC), com a participação de 69 homens e 30 mulheres, incluindo representantes do IBAMA, ICMBio, Secretaria Especial dos Povos Indígenas do Acre, FUNAI, Universidade Federal do Acre, Instituto Federal do Acre e das TIs da base da OPIRJ. Durante o evento, foi realizado um diagnóstico e avaliação dos impactos nos territórios, desenvolvidas estratégias de adaptação e enfrentamento, e elaborado um plano de ação.