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Projeto

Gestão Territorial OPIRJ

Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ)

Site oficial do projeto
Valor Total do Projeto
R$ 33.661.383,00
Valor do apoio do Fundo Amazônia
R$ 33.661.383,00
Natureza do Responsável
Terceiro Setor
Temas
Povos indígenas
Local
Acre
Eixos
Ordenamento territorial
Contratado

Apresentação

Objetivos

Promover a gestão territorial e ambiental integrada das Terras Indígenas do Rio Juruá, por meio do desenvolvimento da rede de organizações indígenas ligadas à Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ), gerando melhores condições de vida, segurança alimentar, valorização da cultura e tradições das comunidades indígenas e proteção da floresta

Beneficiários

Populações indígenas de 14 povos que habitam 13 Terras Indígenas na região do Alto Juruá

Abrangência territorial

Estado do Acre

Descrição

CONTEXTUALIZAÇÃO

O PPCDAm é um instrumento construído pelo Governo Federal em diálogo com a sociedade civil e a academia, que consolida experiências desde 2004 e é referência para a atuação do Fundo Amazônia. O relatório sobre a 5ª fase (2023-2027), publicado em junho/2023, informa que “apenas 2% do desmatamento na Amazônia em 2022 foi registrado em terras indígenas, ainda que essa categoria fundiária corresponda a 23% da área total da Amazônia Legal. Esse dado demonstra a capacidade dos povos indígenas de atuarem como efetivos protetores da floresta. Apesar de relativamente pequeno, o desmatamento em Terras Indígenas (TIs) é preocupante devido ao seu enorme impacto social”.

A região do Alto Juruá, no estado do Acre, é uma área de fronteira com o Peru e vem sofrendo crescentes pressões sobre seus recursos naturais. A abertura de novas estradas, nos limites de TIs envolvidas no projeto, facilita a ocupação e o transporte, aumentando os incidentes de invasão para caça e pesca ilegal, bem como a extração e escoamento ilegal de outros recursos da floresta, principalmente da madeira.

Com isso, aumenta a vulnerabilidade dos povos indígenas da região, devido ao maior contato com os não-indígenas, causando enfraquecimento da sua cultura e seus costumes, e agravando problemas sociais e de saúde. E, com o aumento das populações indígenas aldeadas, somam-se a esse quadro os desafios de sustentabilidade para a segurança alimentar e a preservação do modo de vida digno.

O PROJETO

No sentido de contribuir com a implantação do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) e da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI), o projeto Gestão Territorial OPIRJ dará escala regional a estratégias bem-sucedidas de proteção territorial implementadas anteriormente.

As ações propostas resultam do protagonismo dos indígenas da região do Alto Juruá na busca de soluções para proteger a floresta, por meio do fortalecimento da agenda indígena e de estratégias integradas de proteção territorial, com atuação em rede, de forma coordenada, em 13 Terras Indígenas (TIs) da região. Essas terras somam 640 mil hectares - uma área maior que o Distrito Federal - onde vivem mais de 11 mil indígenas de 14 povos, que são representados pela OPIRJ – a Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá. Portanto, trata-se de mais um projeto apoiado pelo Fundo Amazônia executado diretamente por entidades indígenas, uma demanda crescente e amparada não só nos preceitos da Constituição, que reconhece o direito à autonomia e autodeterminação dos povos, mas também na estratégia pública de implementação da PNGATI.

O projeto está estruturado em 4 componentes. O primeiro é o fortalecimento institucional, que vai permitir a execução de uma estratégia integrada para enfrentar as pressões no território. O projeto recuperará a sede da OPIRJ em Cruzeiro do Sul (AC), aprimorará a conectividade digital entre todos os 14 povos envolvidos e apoiará reuniões estratégicas e de governança.

No segundo componente, o projeto vai implementar um conjunto de ações de gestão territorial e ambiental para proteger e preservar a floresta. Algumas das ações são a construção de núcleos indígenas de gestão integrada, espaços multiuso nas TIs que vão servir de bases de apoio para a execução do projeto; ações para a defesa do território, como a construção de casas de vigilância, compra de barcos, combustível e equipamentos para realização de expedições; encontros transfronteiriços com indígenas peruanos, para articular as ações; e atualização dos planos de manejo e de gestão ambiental das TIs.

O terceiro componente apoia atividades produtivas sustentáveis, mas com o foco na segurança alimentar e na sustentabilidade dos modos de vida tradicionais. Essa é uma estratégia importante para a permanência dos indígenas em suas terras, ocupando e protegendo o território. Serão apoiadas ações como a construção de viveiros para mudas e pequenos animais, e a piscicultura.

Por fim, o último componente é a valorização da cultura e das tradições indígenas. Serão apoiadas a construção de casas de passagem para intercâmbios culturais; oficinas de audiovisual com produção de videodocumentários; organização de acervos culturais com a formação de produtores culturais indígenas; oficinas de arte e artesanato e a realização do Festival Anual dos Povos da Floresta. Essa é uma estratégia fundamental porque, por um lado, aumenta o senso de pertencimento e a coesão social dos indígenas e engaja a juventude e as mulheres. E, por outro, difunde o conhecimento e a cultura para os não indígenas, num processo de sensibilização e conscientização que quebra preconceitos e promove o diálogo.

LÓGICA DE INTERVENÇÃO

O projeto se insere no componente “Ordenamento Territorial e Fundiário” (3) do Quadro Lógico do Fundo Amazônia, contribuindo para o efeito direto “Áreas protegidas com infraestrutura, proteção territorial e gestão consolidada” (3.2) em decorrência de ações como revisão de planos e instrumentos de manejo, gestão territorial e ambiental das terras indígenas; apoio a seminários, oficinas e encontros de planejamento e governança; apoio a infraestrutura e equipamentos para execução de atividades de proteção e vigilância do território; e capacitação de indígenas em gestão, proteção territorial e atividades produtivas sustentáveis.

Evolução

Data da aprovação 14.09.2023
Data da contratação 04.11.2023
Prazo de utilização 36 meses meses (a partir da data da contratação)
aprovação
14.09.2023
contratação
04.11.2023
conclusão

Desembolsos

ano valor
1º desembolso 23.11.2023 R$ 8.175.875,66
Valor total desembolsado R$ 8.175.875,66

Valor total desembolsado em relação ao valor do apoio do Fundo Amazônia

24%

Avaliação Final