INDICADORES DE EFICÁCIA E EFETIVIDADE
As atividades do Projeto contribuíram para os resultados relacionados à componente "Produção Sustentável" (1) do Quadro Lógico do Fundo Amazônia.
A seguir, apresentam-se os resultados de alguns indicadores pactuados para o monitoramento dos efeitos diretos previstos.
Efeito direto (1.1) Produção extrativista de cacau, borracha e oleaginosas estruturada em nove organizações comunitárias
- N° de indivíduos diretamente beneficiados pelo projeto (indicador de efetividade)
Meta: 1.200 | Resultado final: 2.200
- N° de mulheres diretamente beneficiadas pelo projeto (indicador de efetividade)
Meta: 300 | Resultado final: 850
- N° de indígenas diretamente beneficiados pelo projeto (indicador de efetividade)
Meta: 200 | Resultado final: 140
- N° de assentados diretamente beneficiados pelo projeto (indicador de efetividade)
Meta: 200 | Resultado final: 645
O projeto teve amplo alcance territorial, atuando diretamente em áreas protegidas (Floresta Nacional do Purus, Reserva Extrativista Arapixi e Área de Relevante Interesse Ecológico Japiim-Pentecoste), Terras Indígenas (TI Arara do Igarapé Humaitá e TI Camicuã), assentamentos e áreas ribeirinhas no entorno de UCs. Os resultados alcançados nos indicadores acima superaram em larga medida as metas pactuadas, com exceção do nº de indígenas beneficiados.
- Receita bruta obtida com a venda de produtos de origem extrativista pelas nove organizações comunitárias apoiadas (indicador de efetividade)
Linha de base
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Meta
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Resultado
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Cacau fino: R$ 35.750,00
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Variação de 50% sobre a linha de base
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Cacau fino: R$ 219.147,50 (+ 513%)
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Oleaginosas: R$ 44.000,00
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Oleaginosas: R$ 973.720,0 (+ 2.113%)
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Borracha: R$ 66.173,00
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Borracha: R$ 363.289,80 (+ 449%)
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Fonte: BNDES, a partir de informações recebidas dos projetos
As metas deste indicador foram pactuadas na forma de variação percentual sobre os valores da linha de base (ano 2014). Para dar uma ideia da expressividade dos resultados alcançados em valor, a receita bruta consolidada em 2019, último ano de apuração, atingiu R$ 1,5 milhão, contra R$ 145,9 mil na linha de base. Ainda não foi apurado faturamento com a venda de sabonetes porque as duas organizações com investimentos nessa cadeia tiveram seus empreendimentos finalizados nos últimos meses de execução do projeto.
- Valor recebido por família em decorrência da venda de produtos extrativistas in natura (indicador de efetividade)
Linha de base (R$ p/saca)
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Meta
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Resultado
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Murumuru: R$ 20,0 /saca
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Variação de 40% sobre a linha de base
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Murumuru: R$ 40,0 /saca (+ 100%)
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Borracha CVP*: R$ 5,0 /kg
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Borracha CVP: R$ 6,0 /kg (+ 20%)
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Borracha FDL: R$ 7,0 /kg
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Borracha FDL: R$ 10,5 /kg (+ 50%)
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Fonte: BNDES, a partir de informações recebidas dos projetos
* CVP: Cernambi Virgem Prensado
Efeito direto (1.2) Cadeias do cacau, borracha e oleaginosas com valor agregado ampliado em nove organizações comunitárias
- Estudos de mercado elaborados (indicador de eficácia)
Meta: 3 | Resultado final: 2
- Certificação das organizações comunitárias e de seus produtos como de origem extrativista, produção orgânica e mercado justo (indicador de efetividade)
- Meta: 9 | Resultado final: 4
Quatro das organizações aglutinadas passaram por auditoria e obtiveram a certificação de diversos produtos como sendo de origem orgânica. Essa certificação proporciona aos consumidores uma garantia de qualidade, além de agregar valor à produção mediante melhora do valor de venda.
- Parcerias de venda estabelecidas (indicador de efetividade)
Meta: 9 | Resultado final: 9
As ações relacionadas à estratégia de comercialização são fundamentais para a consolidação das cadeias de valor da produção sustentável. Ao longo da execução do projeto, as organizações aglutinadas tiveram a oportunidade, viabilizada por uma empresa parceira internacional, de participar da BIOFACH 2018, feira anual realizada em Nuremberg, Alemanha, e considerada a maior feira de produtos orgânicos do mundo¹.
Efeito direto (1.3) Capacidades gerencial e técnica ampliadas para a produção extrativista e beneficiamento de cacau, borracha e oleaginosas e implantação de sistemas agroflorestais
- N° de indivíduos capacitados para associativismo e cooperativismo (indicador de eficácia)
Meta: 675 | Resultado final: 777
- Nº de indivíduos capacitados para associativismo e cooperativismo efetivamente utilizando os conhecimentos adquiridos (indicador de efetividade)
Meta: 90 | Resultado final: 171
- Nº de indivíduos participantes de eventos de sensibilização ou de eventos integradores (indicador de eficácia) Meta: 900 | Resultado final: 2.400
Os resultados alcançados pelo conjunto de atividades de capacitação e sensibilização, amplamente superiores às metas, traduzem o grau de comprometimento das organizações executoras e a visibilidade que o projeto logrou projetar na rotina das famílias envolvidas.
Na tabela a seguir, apresenta-se a evolução do desmatamento nos últimos sete anos nos estados do Acre e Amazonas, onde se percebe o aumento da participação relativa destes dois estados no desmatamento total da Amazônia Legal. A reversão desta trajetória depende, dentre outros fatores, da continuidade de projetos voltados para a proteção e o uso sustentável da floresta, conjugados com ações de monitoramento e combate ao desmatamento ilegal.
Desmatamento (km²)
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2021
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2020
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2019
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2018
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2017
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2016
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2015
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2014
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Acre
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871
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706
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682
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444
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257
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372
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264
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309
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Amazonas
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2.347
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1.512
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1.434
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1.045
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1.001
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1.129
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712
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500
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Amazônia Legal
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13.235
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10.851
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10.129
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7.536
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6.947
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7.893
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6.207
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5.012
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AC e AM / total (%)
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24,3%
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20,4%
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20,9%
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19,8%
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18,1%
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19,0%
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15,7%
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16,1%
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Fonte: http://www.obt.inpe.br/OBT/assuntos/programas/amazonia/prodes
ASPECTOS INSTITUICIONAIS E ADMINISTRATIVOS
A Associação SOS Amazônia atuou como aglutinadora de outras nove organizações co-executoras diretamente beneficiadas pelo apoio do projeto, listadas a seguir: i) Cooperativa de Produtos Naturais da Amazônia (Copronat); ii) Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais Unidas por Liberdade, Humanidade e Amor da Comunidade Nova Cintra (Amuralhas); iii) Cooperativa dos Produtores de Agricultura Familiar e Economia Solidária de Nova Cintra; iv) Cooperativa dos Produtores Naturais da Floresta (Cooperfrutos); v) Cooperativa Agroextrativista de Porto Walter (Coapex); vi) Cooperativa Agroextrativista do Mapiá e Médio Purus (Cooperar); vii) Cooperativa Agroextrativista Shawãdawa Pushuã (Casp); viii) Cooperativa Agroextrativista de Tarauacá (Caet); e ix) Cooperativa de Produção e Comercialização de Produtos Agroextrativistas de Feijó (Cooperafe).
Foram estabelecidas parcerias com a Fundação de Tecnologia do Acre (FUNTAC), com o objetivo de dar apoio tecnológico às aglutinadas e orientações de boas práticas de manejo, e com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), o que possibilitou estender recursos diretos de outras fontes às aglutinadas, tais como o Programa de Desenvolvimento Sustentável do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Em parceria com o Sebrae, a WWF-Brasil e a Universidade Federal do Acre (UFAC), foi criado um grupo de discussão sobre a cadeia de óleos vegetais na região e os meios de fortalecê-la.
RISCOS E LIÇÕES APRENDIDAS
A experiência da organização aglutinadora é um fator decisivo na execução de projetos que envolvem instituições parceiras com menor capacidade gerencial e maturidade organizacional. Alguns dos riscos identificados no desenho do projeto se materializaram ao longo da execução, tais como: i) mudança na gestão administrativa e em parte das equipes executoras; e ii) pouca experiência das aglutinadas na gestão de recursos financeiros de maior valor. Estas dificuldades exigiram o acompanhamento mais próximo por parte da Associação SOS Amazônia e fizeram parte do processo de evolução gerencial das aglutinadas.
SUSTENTABILIDADE DOS RESULTADOS
As ações apoiadas foram voltadas para a produção sustentável e a geração de renda para as populações locais. A superação das metas pactuadas pelo conjunto de organizações aglutinadas pelo projeto sugere que os investimentos tiveram efetividade, o que contribui para que os resultados alcançados possam se sustentar ao longo do tempo.
Os resultados alcançados pelas diversas ações de capacitação beneficiaram o público-alvo do projeto, expandindo seus conhecimentos sobre implantação de SAFs e manejo sustentável. Essas capacitações tendem a produzir efeitos duradouros e ampliados, na medida em que os SAFs se consolidem como uma opção de renda para essas populações.
Um indicador que, embora não fizesse parte do plano de monitoramento, é ilustrativo da mobilização local induzida pelo projeto, diz respeito ao número de cooperados/associados às nove organizações aglutinadas, que aumentou em 59% no período de 2015 a 2020.
Merece destaque, por fim, o fato de que uma das nove organizações aglutinadas é representada pela Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais Unidas por Liberdade, Humanidade e Amor da Comunidade Nova Cintra (Amuralhas). A promoção da equidade de gênero é um dos objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS 5) e uma das prioridades da ação do Fundo Amazônia, em especial nos projetos de produção sustentável. Em estudo publicado no website do Fundo em 2019², verificou-se que ao ampliar sua renda por meio da participação em atividades de produção sustentável, as mulheres internalizam novas habilidades, conhecimentos, direitos e oportunidades, o que se traduz em reforço à sustentabilidade dos projetos.
² http://www.fundoamazonia.gov.br/export/sites/default/pt/.galleries/documentos/biblioteca/GIZ-Estudo-genero.pdf