ASPECTOS INSTITUCIONAIS E ADMINISTRATIVOS
Para a consecução das atividades mencionadas foram assinados Termos de Cooperação Técnica com: (i) órgãos ambientais estaduais do Mato Grosso e do Pará; (ii) prefeituras dos municípios do projeto; (iii) entidades representativas dos produtores rurais dos 12 municípios alvo do projeto; (iv) Instituto de Terras do Pará – Iterpa; e (v) Superintendência Regional do Sul do Pará do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra-SR27).
INDICADORES DE RESULTADOS E IMPACTOS
Principais indicadores do projeto:
- Número e área de imóveis rurais inscritos no CAR
Aderiram ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) 11.700 imóveis, totalizando 6.980.565 hectares, conforme demonstrados nas tabelas 1 e 2:
- Número e área de imóveis rurais georreferenciados
Foram georreferenciados 16.892 imóveis rurais nos 12 municípios, compreendendo uma área de 9.985.162 hectares (97% do total da área cadastrável), com a confecção de 16.892 mapas individualizados identificando as áreas de reserva legal e de preservação permanente desses imóveis
- Número de bases cartográficas municipais elaboradas
Foram elaboradas e disponibilizadas bases cartográficas dos 12 municípios objeto das ações do projeto.
- Número de mapas com as áreas prioritárias para restauração de reservas legais elaborados
Foram elaboradas e disponibilizadas mapas com as áreas prioritárias para restauração de reservas legais dos 12 municípios do projeto.
- Número de mapas com a indicação das áreas com déficit e superávit de reservas legais elaborados
Foram elaborados e disponibilizados mapas, para orientar as políticas de compensação de reserva legal, com a indicação das áreas com déficit e superávit dessas reservas legais nos doze municípios do projeto.
- Área desmatada nos 12 municípios abrangidos pelo projeto
Nas tabelas a seguir pode ser acompanhada a taxa de desmatamento nos 12 municípios ao longo da execução do projeto. A despeito de ter havido aumento do desmatamento em seis dos doze municípios (18,7 km² de desmatamento adicional total), no agregado dos doze municípios observou-se uma redução de 244,2 km² da área desmatada anualmente, o que representa uma redução de 41% na taxa de desmatamento. Por sua vez, a redução da taxa de desmatamento desses dois estados nesse mesmo período, já excluídos os municípios beneficiados por esse projeto, foi de 34%, o que evidencia que nos municípios apoiados pelo Fundo Amazônia a redução do desmatamento foi mais acentuada (41%) do que no restante dos municípios desses estados (34%).
SUSTENTABILIDADE DOS RESULTADOS
O projeto Virada Verde contribuiu não só para a redução expressiva na taxa de desmatamento no conjunto dos municípios (41%), como também para a construção de instrumentos que poderão ser utilizados pelos municípios beneficiados para que estes possam monitorar e formular políticas públicas para seus territórios. Criou, inclusive, capacidades nas equipes técnicas das secretarias municipais de meio ambiente para trabalharem com geotecnologia e apoio aos produtores na regularização ambiental de suas propriedades.
A implementação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) teve avanços bastante expressivos nesses municípios, mesmo levando-se em conta que as atividades desenvolvidas começaram anteriormente ao Novo Código Florestal (Lei 12.651/2012), que institui o CAR como instrumento nacional, obrigatório para todos os proprietários e possuidores de imóveis rurais no Brasil.
A sustentabilidade desses resultados depende da continuidade da mobilização dos atores locais para que eles possam chegar até o final do processo de regularização ambiental das propriedades rurais, com a efetiva recomposição florestal das áreas em que foram verificados os déficits de vegetação, incluindo aí a formação de corredores ecológicos a partir do planejamento da paisagem com as áreas remanescentes e reflorestadas.
Para tanto, destaca-se a importância da construção de um ambiente favorável a essas políticas, assim como o que foi desenvolvido ao longo dos anos de execução deste projeto por iniciativas que, somadas, contribuíram para o seu êxito e para a criação de uma legislação federal sobre o CAR. Nesse sentido, destacam-se as seguintes ações que tiveram sinergia com o projeto: a lista federal dos municípios prioritários para monitoramento e controle do desmatamento na Amazônia, com sanções econômicas associadas; o lançamento do Programa Municípios Verdes (PMV) pelo estado do Pará; e a assinatura de Termos de Ajuste de Conduta da Pecuária, iniciativa capitaneada pelo Ministério Público Federal (em 2009 no Pará e em 2010 no Mato Grosso).
Por fim, existem outros tipos de incentivos que podem contribuir para a perpetuação dos resultados alcançados como, por exemplo, legislações estaduais que vêm dispondo sobre os critérios de distribuição de parte do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que compete aos municípios, incorporando parâmetros para a composição do valor a ser por eles recebido tais como a área de seu território coberta por vegetação nativa e a porcentagem de sua área cadastrável efetivamente inscrita no CAR.
Clique aqui para conhecer a avaliação de efetividade do projeto Virada Verde. Essa avaliação foi realizada por uma equipe de consultores independentes, sob a coordenação da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit - GIZ. Todas as opiniões expressas são de inteira responsabilidade dos autores, não refletindo, necessariamente a posição da GIZ e do BNDES.