Indicadores de eficácia e efetividade
As atividades do projeto contribuíram para os resultados relacionados às componentes "Monitoramento e Controle" (2), "Ordenamento Territorial" (3) e "Ciência, Inovação e Instrumentos Econômicos" (4) do Quadro Lógico do Fundo Amazônia.
A seguir, apresentam-se os resultados de alguns indicadores pactuados para o monitoramento dos efeitos diretos previstos.
- N° de servidores municipais capacitados em ferramentas de geotecnologia para aprimoramento da gestão ambiental e controle do desmatamento (indicador de eficácia)
Meta: 152 | Resultado alcançado: 263 (90 mulheres e 173 homens)
- N° de servidores municipais capacitados na metodologia de mapeamento participativo para fins de cadastramento ambiental rural (indicador de eficácia)
Meta: 76 | Resultado alcançado: 176 (60 mulheres e 116 homens)
- Nº de imóveis rurais inscritos no CAR (indicador de efetividade)
Meta: não definida | Resultado alcançado: de 72.200 (2015) para 121.708 (2019)
- Área de imóveis rurais inscritos no CAR (indicador de efetividade)
Meta: 80% da área cadastrável no CAR| Resultado alcançado: 84% da área cadastrável
- N° de agentes ambientais voluntários formados e especificados por gênero (indicador de eficácia)
Meta: 30 | Resultado alcançado: 166 (72 mulheres e 94 homens)
- Extensão de áreas protegidas com gestão ambiental fortalecida e/ou com o controle de seu território fortalecido (indicador de efetividade)
Meta: 7,6 milhões de ha | Resultado alcançado: 22 milhões de hectares
- N° de publicações científicas, pedagógicas ou informativas (indicador de efetividade)
Meta: 9 | Resultado alcançado: 23
As medições dos indicadores pactuados evidenciam que todos os valores esperados foram superados.
Aspectos institucionais e administrativos
Para a execução do projeto foram firmados Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com os governos de 24 municípios, nos estados do Amazonas, Pará, Mato Grosso e Rondônia, visando a implementação das ações de promoção do fortalecimento da gestão ambiental municipal.
Tambem foi firmado um ACT com o Instituto de Terras do Pará (Iterpa), com a interveniência das seguintes secretarias do governo estadual desse estado: Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca – Sedap, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia – Sedeme; e Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). Esse ACT teve como objeto a elaboração e implantação do Cadastro Rural Fundiário (CARF) para aprimorar o processo de regularização fundiária do Iterpa em áreas sob jurisdição do governo do estado do Pará.
Foi ainda celebrado um ACT com o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará – Ideflor-bio, tendo ainda como partes, além do Imazon, organizações da sociedade civil, a saber: Conservação Internacional do Brasil (CI Brasil); Equipe de Conservação da Amazonia (Ecam); Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé); Instituto Floresta Tropical (IFT); e Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora). Esse ACT teve como objeto o desenvolvimento dos componentes temáticos relativos à gestão e ao monitoramento de UCs estaduais do Pará, por meio de apoio técnico e científico.
Com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Estado do Amazonas também foi firmado um ACT tendo como objeto a implantação do Programa Municípios Sustentáveis – MS Amazonas, por meio de ações conjuntas de capacitação, assessoria técnica, intercâmbio de informações e transferência de tecnologia aplicados à gestão ambiental.
Além desses ACTs foram estabelecidas parcerias informais com o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e com as Secretarias Municipais de Meio Ambiente de Oriximiná, Óbidos e Monte Alegre, bem como com a Secretaria Municipal de Agricultura de Oriximiná, todas no estado do Pará, que apoiaram o processo de formação e de monitoramento das atividades dos agentes ambientais voluntários nesses respectivos municípios.
Riscos e lições aprendidas
Nas ações voltadas ao fortalecimento da gestão ambiental dos municípios prioritários foram identificadas diferentes estratégias e níveis de implementação das políticas públicas nacionais referentes à descentralização da gestão ambiental e de monitoramento e controle do desmatamento.
No estado do Amazonas houve grande sinergia entre a agenda do projeto e a do Programa Municípios Sustentáveis – MS Amazonas, com ações prioritárias beneficiando sete municípios do sul do estado, que também foram incorporados ao projeto que inicialmente previa atuar apenas em Boca do Acre e Lábrea.
No estado do Pará, pelo histórico de descentralização da gestão do estado para os municípios, a aderência do projeto também foi alta. Em Rondônia, a descentralização pareceu mais incipiente, porém os quatro municípios-alvo aderiram ao projeto. No estado do Mato Grosso o período de implantação do projeto coincidiu com reestruturações na secretaria estadual e com a discussão sobre estratégias de descentralização da gestão ambiental. Nesse contexto o projeto recebeu adesão de cinco municípios mato-grossenses.
A disponibilização de informações ambientais aos gestores municipais foi um ponto relevante do projeto, uma vez que alguns municípios apresentavam carência de informações e recursos para compreenderem seu próprio território em questões fundiárias e de áreas protegidas.
Nas ações relacionadas à temática fundiária foi verificado que o tema da transparência continua sendo desafiador, por depender do avanço na organização das bases de dados dos órgãos fundiários e por demandar a priorização dessa atividade por seus gestores. Nesse sentido, há um risco de muitos estados continuarem com poucos avanços nessa agenda se não houver uma maior cobrança da sociedade e de seus órgãos de controle.
Uma lição aprendida a partir da parceria com o Instituto de Terras do Pará foi a importância de ter sido utilizado um processo participativo (com seus funcionários) para o diagnóstico dos pontos a serem melhorados nos procedimentos de regularização fundiária, bem como de construção coletiva de projeto para um software de gestão de informações no órgão.
No que tange o Programa de Agentes Ambientais Comunitários, constatou-se que este despertou ampla adesão e engajamento das comunidades.
Sustentabilidade dos resultados
As pessoas que receberam treinamento por meio do projeto – gestores e técnicos ambientais, lideranças e empreendedores comunitários – residem e atuam na região. Entende-se que os conhecimentos adquiridos continuarão sendo utilizados, replicados e gerando impactos socioambientais favoráveis mesmo após a conclusão do projeto.
As publicações geradas, além de veículos de disseminação de resultados, registraram as experiências e os caminhos para atualização dessas informações, permitindo, dessa forma, a continuidade de seus efeitos.
Por fim, a estratégia de implantação do projeto e a natureza de seus produtos e serviços favorecem a sustentabilidade de seus resultados. O projeto foi implementado em cooperação com instituições governamentais e não governamentais que são partes da estrutura de governança dos territórios ou que atuam consistentemente na região, de modo que os insumos gerados pelo projeto e apropriados por esse contingente de organizações persistirão sendo utilizados, compartilhados e gerando impactos após seu término.