Indicadores de eficácia e efetividade
As atividades do projeto contribuíram para os resultados relacionados ao componente “ordenamento territorial” (3) do Quadro Lógico do Fundo Amazônia.
Efeito direto 3.2: Áreas protegidas com infraestrutura, proteção territorial e gestão consolidada.
Diversos indicadores foram pactuados para o monitoramento deste objetivo.
- Número de registros de povos indígenas isolados e número de indivíduos de povos de recente contato e de populações do entorno diretamente beneficiados pelas atividades apoiadas pelo projeto (indicador de efetividade)
Este indicador, central para os objetivos do projeto, visou medir o efeito da realização de expedições com o objetivo de confirmar ou descartar a presença de índios isolados, qualificando assim os registros presentes na base de dados da CGIIRC da Funai.
Meta: não definida | Resultado alcançado: foram qualificados 44 registros de povos indígenas isolados (dos quais 28 nos subgrupos “referência em estudo” e “informações”), beneficiando 1.166 indivíduos de recente contato (indicador de efetividade)
- Número de registros de índios isolados qualificados a partir do aprimoramento de ferramenta de tecnologia da informação - banco de dados georreferenciados (indicador de efetividade)
Meta: não definida | Resultado alcançado: 114
- Número de informações sobre índios isolados fornecidas às FPEs por povos indígenas ou por comunidades do entorno (indicador de efetividade)
Meta: não definida | Resultado alcançado: 146
Conforme relatado anteriormente, o desenvolvimento do Sistema de Informações sobre Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato no Brasil (SI3CR), com apoio do Fundo Amazônia, permitiu um avanço notável no armazenamento e na qualificação de dados e registros sobre esses povos. Ainda ao longo da execução do projeto foram introduzidas as cargas iniciais de informações que permitiram à Funai aprimorar o planejamento e o alcance das expedições de localização e monitoramento. Observe-se que dos 114 registros atualmente existentes na base de dados da CGIIRC/Funai, 52 foram objeto de expedições e/ou sobrevoos no período de 2015-2017, das quais 44 foram apoiadas no âmbito do projeto.
No tocante às ações de capacitação de servidores e sensibilização das populações diretamente envolvidas no tema, foram destacados os seguintes indicadores, ambos com resultados amplamente superiores às metas:
- Número de funcionários da Funai efetivamente utilizando os conhecimentos adquiridos (indicador de efetividade)
Meta: 85 | Resultado alcançado: 106
- Realização de encontros de intercâmbio, encontros e publicação de boletins voltados para a promoção dos direitos dos povos indígenas isolados localizados nas regiões de fronteira dos países membros da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica) com participação da sociedade civil (indicadores de efIcácia)
N° de eventos
Meta: 11 | Resultado alcançado: 14
N° de boletins eletrônicos divulgados
Meta: 24 | Resultado alcançado: 12
Em relação a este indicador, o número de edições inferior à meta foi justificado pelo subdimensionamento das dificuldades encontradas para sua elaboração em periodicidade bimestral. Desta forma, foi priorizado o foco nos conteúdos considerados mais estratégicos para o projeto em um número menor de edições. Avalia-se assim que o boletim atingiu satisfatoriamente seu objetivo, produzindo e difundindo informações qualificadas sobre a temática dos povos indígenas isolados e de recente contato na Amazônia.
- Número de oficinas temáticas com povos indígenas e comunidades do entorno de territórios de índios isolados (indicador de eficácia)
Meta: 54 | Resultado alcançado: 122
Registre-se, por fim, que o conjunto de ações do projeto resultou no fortalecimento do controle do território em TIs em uma extensão de 184.712 km².
Aspectos institucionais e administrativos
O projeto foi elaborado e executado em estreita cooperação técnica com a Funai, envolvendo diversos setores e unidades do órgão, além da parceria e a colaboração de diversas organizações indígenas e instituições cuja atuação tem interface com a proteção e promoção dos direitos de povos indígenas isolados e de recente contato.
Merece destaque a experiência do CTI na interlocução com atores internacionais atuantes na bacia amazônica, permitindo ao projeto promover a troca de experiências acerca de políticas de proteção aos povos indígenas isolados e de recente contato.
Riscos e lições aprendidas
A gestão de recursos e a operacionalização das atividades do projeto foram um grande desafio, tendo em vista o amplo recorte geográfico e o fato de que a maior parte dos locais de implementação das ações apresenta dificuldades de acesso, comunicação, infraestrutura e oferta de serviços.
A experiência prévia do CTI e a adoção de procedimentos e rotinas administrativas para a execução do projeto foram fundamentais para contornar essas dificuldades e assegurar sua evolução favorável, permitindo, em termos de resultados, que todos os produtos e serviços previstos fossem executados e seus objetivos alcançados.
Por sua vez, a participação das populações do entorno consistiu em uma estratégia central do projeto, exigindo grande esforço de articulação para a sensibilização em torno da questão associada à proteção de povos isolados e de recente contato.
Sustentabilidade dos resultados
O projeto proporcionou melhorias importantes na gestão das políticas de proteção aos povos isolados e de recente contato em duas dimensões. Em termos quantitativos, ampliou o número e o escopo das expedições em campo por parte das equipes da Funai, contemplando tanto os registros confirmados quanto o maior detalhamento de registros não confirmados para qualificação posterior. Na dimensão qualitativa, o projeto resultou em ampla produção de informação e de subsídios técnicos para o quadro de profissionais da Funai e os demais atores vinculados à temática de povos isolados e de recente contato.
Da mesma forma, o Sistema de Informações sobre Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato no Brasil (SI3RC) revelou-se uma ferramenta de elevada funcionalidade para a política de proteção e promoção dos direitos de povos indígenas isolados e de recente contato, aprimorando a gestão da informação por parte da CGIIRC/Funai.
Embora permaneçam lacunas para o atendimento pleno da política de proteção e promoção de direitos de povos indígenas isolados e de recente contato, é inegável que o projeto contribuiu sensivelmente para o enfrentamento deste desafio em bases técnicas mais qualificadas, constituindo importante fator propulsor para a sustentabilidade das ações futuras associadas a esta temática.