ASPECTOS INSTITUCIONAIS E ADMINISTRATIVOS
O projeto Olhos D’Àgua da Amazônia contou, entre outros, com os seguintes parceiros: Universidade Estadual de Mato Grosso (UNEMAT), Instituto Centro de Vida (ICV), Instituto Ouro Verde (IOV), Fundação Avina, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Estado de Mato Grosso (SEMA - MT), Secretaria Municipal de Agricultura de Alta Floresta e Sindicato Rural de Alta Floresta.
No campo científico a UNEMAT foi fundamental para a realização do levantamento florístico. No campo técnico, o ICV, o IOV, a Fundação Avina, o INCRA, a SEMA - MT e a EMBRAPA agregaram conhecimentos em suas respectivas áreas de atuação. A EMBRAPA disponibilizou, também, acompanhamento técnico especializado através do seu corpo técnico.
Foi firmado com o INCRA um termo de compromisso para imprimir agilidade na análise dos processos de georreferenciamento rural encaminhados para fins de obtenção de certificado do imóvel rural expedido por esse órgão. Por sua vez, foi estabelecida com a SEMA - MT uma parceria para a efetivação da regularização ambiental da área territorial do município, por meio da adesão ao cadastro ambiental rural (CAR).
INDICADORES DE RESULTADOS E IMPACTOS
Principais indicadores do projeto:
- Número de propriedades que tiveram o seu pedido de adesão ao CAR protocolado na Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Estado de Mato Grosso
Foram protocolados pedidos de adesão ao cadastro ambiental rural (CAR) relativos a 2.801 imóveis rurais, tendo sido alcançado o cadastramento de 82% da área do município de Alta Floresta.
O município de Alta Floresta havia sido incluído em 2008 na lista dos municípios prioritários para ações de prevenção e controle do desmatamento no Bioma Amazônia, o que ensejou restrições para os produtores rurais desse município, inclusive de natureza creditícia. O município havia sido incluído nessa lista em decorrência da área total de floresta já desmatada e pelo aumento da taxa de desmatamento.
Para ser excluído da lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia e ser considerado com desmatamento monitorado e sob controle, o município teve que atender vários critérios, entre os quais possuir 80% de seu território (excetuadas as unidades de conservação de domínio público e terras indígenas homologadas) com imóveis rurais monitorados por meio de cadastro ambiental rural (CAR).
Com a implementação do projeto foram atendidas essa e as demais condições para a saída do município de Alta Floresta da lista dos municípios que mais desmatam, o que foi formalizado em 2012 por meio da Portaria n° 187, do Ministério do Meio Ambiente.
A meta estabelecida pelo projeto foi de recuperar 1.200 hectares. Com a implantação do projeto encontram-se em processo de recuperação 1.738 hectares.
- Número de unidades demonstrativas instaladas
Foram instaladas 20 unidades demonstrativas em quatro setores do município de Alta Floresta, com atividades de manejo de pastagem totalizando 80 hectares e a recuperação de 101 hectares de áreas degradadas por meio de sistemas agroflorestais. Nas 20 propriedades beneficiadas diretamente pelas atividades do projeto houve uma evolução favorável no índice de lotação animal por hectare, passando de 1,0 para 3,0 cabeças de gado por hectare com a execução do projeto, com aumento de 300% da taxa de lotação.
- Número de famílias e pessoas beneficiadas
Foram beneficiadas diretamente pelas ações do projeto 10.992 pessoas (2.748 famílias), sendo 6.705 homens (61%) e 4.287 mulheres (39%).
Outro indicador monitorado é a taxa de desmatamento anual no Município de Alta Floresta, medida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE (tabela a seguir).
Ano
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Desmatamento anual em km2
|
2002
|
132,6
|
2003
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126,2
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2004
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230,9
|
2005
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124,9
|
2006
|
97,1
|
2007
|
61,4
|
2008
|
15,3
|
2009
|
7,2
|
2010
|
3,0
|
2011
|
5,8
|
2012
|
1,6
|
A tabela mostra uma substancial redução do desmatamento a partir de 2006, como resultado da implementação das políticas públicas de combate ao desmatamento a partir de 2004. No ano imediatamente anterior ao apoio do Fundo Amazônia, isto é, 2010, o desmatamento anual no município de Alta Floresta foi de 3 km2. No ano de 2012 o desmatamento medido pelo INPE foi de 1,6 km2, ou seja, ocorreu uma redução do desmatamento nesse período, o que é uma evolução favorável.
Outros indicadores acompanhados pelo projeto:
- Número de produtores capacitados para a implantação de sistemas agroflorestais: 1.720
- Número de propriedades rurais beneficiadas com a recuperação de áreas desmatadas por meio de sistemas agroflorestais, plantio convencional e / ou regeneração natural: 1.314
- Número de assistências técnicas prestadas aos produtores rurais: 5.600
- Número de funcionários da Secretaria Municipal de Meio Ambiente capacitados em monitoramento baseado em técnicas de geoprocessamento: 17
- Número de imóveis com mapeamento georreferenciado realizado aptos para fins do cadastramento ambiental rural (CAR): 3.361
- Número de perímetros das propriedades com o mapeamento georreferenciado realizado visando a obtenção de certificado do imóvel rural expedido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA): 1.220
SUSTENTABILIDADE DOS RESULTADOS
O projeto Olhos D’Água da Amazônia foi determinante para a saída do município de Alta Floresta da lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia. O governo federal estabeleceu que os municípios excluídos dessa lista passam a ser considerados com desmatamento monitorado e sob controle, devendo ser priorizados na alocação de incentivos econômicos e fiscais, planos, programas e projetos, com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico e social em bases sustentáveis.
Objetivando a continuidade e ampliação dos resultados do projeto Olhos d’Água da Amazônia, foi contratado com o município de Alta Floresta, em 05.09.2013, um novo apoio do Fundo Amazônia, denominado de projeto Olhos d`Água da Amazônia - Fase II, que tem como finalidade apoiar a recuperação de áreas degradadas objetivando a regularização ambiental de propriedades rurais de agricultura familiar, a certificação dos imóveis rurais junto ao INCRA e o apoio ao desenvolvimento de iniciativas produtivas sustentáveis.
Para conferir o relatório executivo do projeto olhos d'água da amazônia (fase I), produzido pelo município de Alta Floresta, clique aqui.
Para conhecer a avaliação de efetividade do projeto Olhos d'Água da Amazônia, clique aqui. Essa avaliação foi realizada por uma equipe de consultores independentes, sob a coordenação da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit - GIZ. Todas as opiniões expressas são de inteira responsabilidade dos autores, não refletindo, necessariamente a posição da GIZ e do BNDES.