Indicadores de eficácia e efetividade
As atividades do projeto contribuíram para os resultados relacionados às componentes "produção sustentável" (1) e "ordenamento territorial" (3) do Quadro Lógico do Fundo Amazônia.
Efeito direto 1.1: Atividades econômicas de uso sustentável da floresta e da biodiversidade desenvolvidas em seis TIs e três UCs no sudoeste do estado do Amazonas; e Efeito direto 1.2: Cadeias dos produtos agroflorestais e da biodiversidade com valor agregado ampliado em duas UC’s no sudoeste do estado do Amazonas.
A seguir são apresentados os indicadores pactuados para o monitoramento destes efeitos diretos:
- Receita obtida com a pesca manejada do pirarucu apoiada pelo projeto (indicador de efetividade)
Meta: R$ 292 mil | Resultado alcançado: R$ 1,56 milhão
O resultado alcançado em 2018, no valor de R$ 1,56 milhão, superou a meta de R$ 292 mil pactuada em termos de incremento sobre o faturamento medido no ano base de 2014. O volume comercializado, conforme indicador a seguir, também superou a respectiva meta.
- Volume de pirarucu comercializado a partir da pesca manejada (indicador de efetividade)
Meta: 73 toneladas | Resultado alcançado: 291 toneladas
- Receita obtida com a comercialização de produtos florestais não madeireiros in natura apoiada pelo projeto (indicador de efetividade)
Meta: não definida | Resultado alcançado: R$ 698 mil
- Receita obtida com a comercialização de óleo vegetal beneficiado no âmbito do projeto (indicador de efetividade)
Meta: não definida | Resultado alcançado: R$ 614 mil
Efeito direto 1.3: Capacidades gerencial e técnica ampliadas para o desenvolvimento de boas práticas em cadeias produtivas sustentáveis e para a organização e gestão de associações em TI’s e UC’s no sudoeste do estado do Amazonas.
Os indicadores pactuados para o monitoramento deste efeito direto foram:
- Número de indivíduos capacitados para o desenvolvimento de boas práticas em cadeias produtivas sustentáveis efetivamente utilizando as técnicas aprendidas (indicador de efetividade)
Meta: 573 | Resultado alcançado: 2481
- Número de oficinas de associativismo, cooperativismo, organização comunitária, gestão administrativa e de projetos (indicador de eficácia)
Meta: 24 | Resultado alcançado: 40
Com relação ao efeito direto 3.2 - Terra indígena do Rio Biá com gestão consolidada - foram pactuados os seguintes indicadores:
- Extensão da área da TI do Rio Biá com o controle de seu território fortalecido (indicador de efetividade)
Meta: 400 km2 | Resultado alcançado: 400 km2
A área da TI do Rio Biá monitorada anteriormente ao projeto era de cerca de 250 km2.
- Número de missões de vigilância territorial executadas (indicador de eficácia)
Meta: 100 | Resultado alcançado: 103
Como resultado geral, a execução do projeto beneficiou 6.188 pessoas, dos quais 4.626 indígenas.
Na tabela a seguir, apresenta-se a evolução do desmatamento nos últimos cinco anos nas áreas beneficiadas pelo projeto. Observa-se na tabela a preservação da integridade florestal nos referidos territórios, consequência da atuação permanente das comunidades e entidades representativas locais e de projetos voltados para a proteção e o uso sustentável da floresta.
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Área (km2)
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Total desmatado (km2)
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2019
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2018
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2017
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2016
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2015
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TI Rio Biá
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11.929
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30,83
(0,3%)
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0,14 (0,0%)
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0,37 (0,0%)
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0,59 (0,0%)
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0,15 (0,0%)
|
0,32 (0,0%)
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TI Espírito Santo
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329,1
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0,0
(0,0%)
|
0,0
(0,0%)
|
0,0
(0,0%)
|
0,0
(0,0%)
|
0,0
(0,0%)
|
0,0
(0,0%)
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TI Acapuri de Cima
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182,7
|
0,17
(0,1%)
|
0,0
(0,0%)
|
0,0
(0,0%)
|
0,0
(0,0%)
|
0,0
(0,0%)
|
0,0
(0,0%)
|
TI Estação
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1.341,3
|
10,66
(0,8)
|
0,0
(0,0%)
|
0,0
(0,0%)
|
5,55
(0,4%)
|
0,08
(0,0%)
|
0,0
(0,0%)
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TI Macarrão
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431,7
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15,78
(3,7%)
|
0,21
(0,0%)
|
0,07
(0,0%)
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0,10
(0,0%)
|
0,0
(0,0%)
|
0,08
(0,0%)
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TI Deni
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15.377,1
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60,43
(0,4%)
|
0,94
(0,0%)
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0,45
(0,0%)
|
0,28
(0,0%)
|
0,29
(0,0%)
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0,30
(0,0%)
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RDS Uacari
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6.386,3
|
50,5
(0,8%)
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0,06
(0,0%)
|
0,14
(0,0%)
|
0,14
(0,0%)
|
0,27
(0,0%)
|
0,13
(0,0%)
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RDS Cujubim
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25.060,5
|
23,49
(0,1%)
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0,21
(0,0%)
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0,0
(0,0%)
|
0,0
(0,0%)
|
0,0
(0,0%)
|
0,0
(0,0%)
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RESEX Médio Juruá
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2.869,5
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37,21
(1,3%)
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0,28
(0,0%)
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0,22
(0,0%)
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0,18
(0,0%)
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0,37
(0,0%)
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0,08
(0,0%)
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(valores em parênteses = % da área total)
Fonte: dpi.inpe.br/prodesdigital/prodesuc.php
Aspectos institucionais e administrativos
Além de envolver quatro instituições aglutinadas (COPIJU, ASPODEX, AERDSC e AMARU), o projeto contribuiu para o fortalecimento de outras três organizações de base local que desempenham papel fundamental na comercialização de produtos da sociobiodiversidade: a Associação dos Comunitários que Trabalham com o Desenvolvimento do Município de Jutaí (ACJ), a Cooperativa de Desenvolvimento Agro-Extrativista e de Energia do Médio Juruá (CODAEMJ) e a Associação dos Produtores Rurais de Carauari (ASPROC).
Para as ações executadas nas UCs estaduais, foram estabelecidas parcerias com o Instituto Mamirauá, a Fundação Amazonas Sustentável (FAS), gestores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Departamento de Mudanças Climáticas e Gestão de Unidades de Conservação (Demuc), orgão do Governo do estado do Amazonas. Por sua vez, todas as ações promovidas nas terras indígenas abrangidas pelo projeto foram formalizadas por meio de Acordo de Cooperação Técnica celebrado entre a OPAN e Fundação Nacional do Índio (Funai) em 2014.
O desempenho da função de instituição aglutinadora foi de grande importância para o aperfeiçoamento administrativo da OPAN, que vem fortalecendo a sua própria governança à luz de seu planejamento estratégico. Ao longo do projeto, a organização reformulou seu manual de execução financeira, aprimorou os processos seletivos e a elaboração dos contratos celebrados com consultores e prestadores de serviços. Por fim, implementou o forum anual de coordenadores, instância que se reúne três vezes por ano para o planejamento, monitoramento e avaliação de programas.
Riscos e lições aprendidas
O projeto proporcionou à OPAN e a seus parceiros aglutinados a incorporação de novas competências e conhecimentos sobre técnicas de manejo sustentável pesqueiro e de produtos florestais não madeireiros. Na avaliação dos próprios executores, a estratégia de aliar as cadeias de valor à gestão territorial mostrou-se efetiva ao fortalecer a organização coletiva, a geração de renda e a proteção ambiental.
Ao iniciar as atividades de campo do projeto Arapaima em 2015, a OPAN encontrou cenários diferentes daqueles originalmente identificados nos municípios de Jutaí e Carauari por ocasião da submissão do projeto. Mudanças em alguns atores-chave nas organizações parceiras e na especificação das demandas de algumas cadeias da sociobiodiversidade exigiram tempo adicional na repactuação das parcerias.
Sustentabilidade dos resultados
O projeto se desenvolveu de forma adequada, tendo executado integralmente todos os produtos e serviços previstos e alcançado seus objetivos. Esses resultados tendem a se sustentar ao longo do tempo, na medida em que as atividades produtivas na cadeia da sociobiodiversidade se consolidem como uma opção de renda para essas populações.
Os resultados positivos alcançados neste projeto apontam para novas frentes de atuação ao longo da cadeia de valor. Um exemplo destas possibilidades é o estudo de mercado de couro de pirarucu, realizado no âmbito do projeto, que já se traduziu na melhoria do processo de negociação com os compradores e, consequentemente, na assinatura de contratos de compra e venda mais vantajosos para os produtores comunitários.
Por fim, é importante atentar para a excepcionalidade do ano de 2020, que está sendo severamente impactado pela Covid-19. A longa duração da pandemia representa um desafio adicional à sustentabilidade dos resultados deste e de outros projetos na Amazônia, o que reforça a necessidade de um olhar mais próximo e a busca permanente por alternativas que minimizem seus efeitos.