INDICADORES DE EFICÁCIA E EFETIVIDADE
As atividades do Projeto contribuíram para os resultados relacionados à componente "Ordenamento Territorial" (3) do Quadro Lógico do Fundo Amazônia.
Efeito direto 3.1: “Gestão aprimorada das Unidades de Conservação (UCs) federais e estaduais no estado do Amapá”.
Os principais indicadores pactuados para o monitoramento deste objetivo foram:
- Número de indivíduos formados em atividades relacionadas à gestão de florestas públicas e áreas protegidas - cursos de agentes ambientais - especificados por gênero (indicador de eficácia)
Meta: 150|Resultado final: 123 (82,0 % da meta - 36 mulheres e 87 homens)
- Número de indivíduos capacitados em atividades relacionadas à gestão de florestas públicas e áreas protegidas – cursos master - especificados por gênero (indicador de eficácia)
Meta: 50|Resultado final: 38 (76% da meta - 15 mulheres e 23 homens)
- Número de indivíduos capacitados em atividades relacionadas à gestão de florestas públicas e áreas protegidas efetivamente utilizando os conhecimentos adquiridos – cursos de agentes ambientais e cursos master - especificados por gênero (indicador de efetividade)
Meta: 200|Resultado final: 161 (80,5 % da meta - 51 mulheres e 110 homens)
As metas de capacitação foram traçadas como um balizador para os resultados esperados e foram importantes no processo de planejamento do projeto. Embora a composição das turmas fosse proveniente de processos públicos de seleção, havia exigências impostas pelos editais aos candidatos à capacitação, podendo-se considerar o percentual de realização das metas entre 75% e 80% como satisfatório.
- Extensão de áreas protegidas com gestão ambiental fortalecida e/ou com o controle de seu território fortalecido.
Meta: 18.7 milhões ha|Resultado final: 8.9 milhões ha (48% da meta)
Em relação à abrangência territorial das UC’s às quais os alunos selecionados para as ações de capacitação deveriam estar vinculados, a meta ficou abaixo do esperado. Isso se explica pelas exigências da seleção pública, na qual não foi possível garantir que todas as UC’s do estado tivessem representantes.
Na tabela a seguir, apresenta-se a evolução do desmatamento nos últimos sete anos nas áreas afetadas pelo projeto. Observa-se que o Amapá, em comparação com outros estados da Amazônia legal, apresenta os menores índices de desmatamento, o que se explica em parte pela área relevante de UCs em relação à área total do território.
O desmatamento médio verificado em UCs Federais e Estaduais no estado do Amapá foi de aproximadamente 5,2 km²/ano no período de 2015 a 2020, comparado com a linha de base do projeto de 6,6 km²/ano em 2014. A melhoria constante deste indicador depende da continuidade de projetos voltados para a proteção e o uso sustentável da floresta, conjugados com a atuação permanente das comunidades e entidades representativas locais.
Evolução do desmatamento nas UCs no estado do Amapá
|
2020
|
2019
|
2018
|
2017
|
2016
|
2015
|
2014
|
Desmatamento em UCs Federais e Estaduais no Amapá (km²)
|
3,43
|
7,45
|
7,33
|
5,25
|
3,07
|
4,85
|
6,62
|
Fonte: http://www.dpi.inpe.br/prodesdigital/prodesuc.php
ASPECTOS INSTITUCIONAIS E ADMINISTRATIVOS
Ao longo da execução do projeto, a ECAM conseguiu atrair e mobilizar diversos parceiros além dos já anteriormente mencionados, com destaque para a Federação Internacional de Guarda-parques (FIG), a Associação Brasileira de Guarda-parque (ABG), o Instituto de Pesquisas Científicas e Ecológicas do Amapá (Iepa), o World Wildlife Fund (WWF) e a Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), que emitiu certificados para os alunos que concluíram os cursos ministrados pelo projeto.
O amplo conteúdo programático dos cursos favoreceu a articulação dessas parcerias e representou uma oportunidade de construção de redes de contato e conhecimento para os participantes.
No que se refere aos aspectos administrativos, merecem destaque os investimentos do projeto nos itens associados à comunicação, permitindo à ECAM realizar os módulos à distância previstos nos cursos master para gestores.
RISCOS E LIÇÕES APRENDIDAS
A execução do projeto ocorreu de forma faseada em seis cursos, o que permitiu à ECAM realizar ajustes para potencializar os resultados esperados. Na formação das primeiras turmas, por exemplo, identificou-se que a participação das mulheres em resposta aos editais estava baixa. Este fato acabou sendo objeto de um módulo específico de debate na 3ª turma, à qual foi solicitada a tarefa de divulgação do edital para o público feminino de suas localidades após o retorno às comunidades. Essa ação resultou no aumento significativo da participação de mulheres nas turmas subsequentes.
Outra lição aprendida para futuros projetos diz respeito à abrangência territorial. É desejável que sejam pensadas regras de seleção que contemplem a participação e meta de agentes capacitados para todas as UCs do estado. Isso poderia ser feito por meio de adaptação nos editais que considerem as particularidades de cada região do entorno das áreas protegidas e também pelo mapeamento prévio de potenciais candidatos, ajustando as exigências e os conteúdos a serem abordados nos cursos.
SUSTENTABILIDADE DOS RESULTADOS
Os cursos possibilitaram renovar e fortalecer a rede de guarda-parques no estado do Amapá, o que representa um importante ganho para a conservação das UCs. Cabe observar que o grupo apoiado pelo projeto veio a integrar uma rede de aproximadamente 450 guarda-parques formados no estado do Amapá ao longo de edições anteriores do projeto Capacitar para Conservar.
Após a realização dos treinamentos, os participantes realizaram diversas ações voluntárias em vários municípios do estado, que confirmaram o reconhecimento de seu papel de agentes ambientais na região, além de virem a atuar na região como guarda-parques, como por exemplo no Bioparque da Amazônia Arinaldo Gomes Barreto, em Macapá.
Por fim, cabe destacar os efeitos indiretos do projeto e a incorporação de seus conteúdos em iniciativas de política pública regional, tais como: i) a adoção do currículo desenvolvido pelo projeto como um dos critérios de contratação para novos Brigadistas de UCs pelo ICMBio; ii) a utilização dos conhecimentos adquiridos em ações para geração de renda aliadas à conscientização sobre a conservação da biodiversidade, de que é exemplo a estruturação de um modelo de negócios de ecoturismo no município de Serra do Navio (AP) por aluno capacitado no projeto; e iii) o fortalecimento institucional da Associação de Guarda-parques do Amapá (AGPA), que contou com participação relevante de alunos do projeto na elaboração de vídeo institucional a partir da capacitação nas oficinas audiovisuais que integravam o conteúdo dos cursos.¹
¹ Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=oWy1ZcJ18Mk.
[3] Ver https://www.youtube.com/watch?v=oWy1ZcJ18Mk