Mamirauá
Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM)
Apresentação
Objetivos
Apoiar ações de manejo e gestão participativa nas RDS Mamirauá e Amanã, com pesquisa, desenvolvimento e disseminação de conhecimentos nos seguintes temas: agropecuária sustentável, manejo florestal madeireiro sustentável, manejo florestal não madeireiro sustentável, educação ambiental, proteção ambiental e monitoramento
Beneficiários
Comunidades locais das RDS Mamirauá e Amanã, comunidade científica, gestores de Unidades de Conservação e outras comunidades beneficiadas pelos conhecimentos produzidos no âmbito do projeto
Abrangência territorial
Município de Tefé (AM); Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (municípios de Uarini, Fonte Boa e Maraã – AM); Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (municípios de Maraã, Barcelos e Coari – AM)
Descrição
CONTEXTUALIZAÇÃO
As Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM) e Amanã (RDSA) situam-se na região do Médio Solimões, no estado do Amazonas, e somam uma área de cerca de 3,5 milhões de hectares de florestas alagáveis e florestas de terra firme.
Por serem classificadas como Reserva de Desenvolvimento Sustentável, em Mamirauá e Amanã é incentivada a pesquisa científica e são permitidas a residência de populações locais e a utilização dos recursos naturais disponíveis, desde que de acordo com o plano de manejo e o sistema de zoneamento elaborados para esse fim.
O Instituto do Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) compartilha com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas a gestão das Reservas, onde realiza pesquisas e apoio ao manejo de recursos naturais e à gestão participativa.
A atuação do Instituto nas Reservas Mamirauá e Amanã, identificadas pelo Governo Federal como laboratórios nacionais de pesquisa, contribui para a geração de tecnologias e conhecimentos sobre manejo de recursos e gestão de unidades de conservação, colaborando no aumento da efetividade dessas unidades na proteção e manejo sustentável de recursos naturais.
O PROJETO
O projeto apoiado pelo Fundo Amazônia permitirá o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá desenvolver ações de manejo e gestão participativa nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã, com pesquisa, desenvolvimento e disseminação de conhecimentos, de forma a contribuir para o aumento da efetividade de unidades de conservação na proteção e manejo sustentável de recursos naturais.
Serão desenvolvidas ações de capacitação de indivíduos para a implantação de sistemas agroflorestais, pecuária sustentável e manejo florestal madeireiro e não-madeireiro; assistência técnica para a extração de óleos de andiroba e de copaíba; experiência piloto de refrigeração de polpas de frutas dos sistemas agroflorestais (SAFs) das reservas para comercialização; atividades de educação ambiental; capacitação de agentes ambientais voluntários e realização de missões de proteção ambiental; monitoramento em campo da mudança de uso do solo e monitoramento remoto baseado em imagens de satélite da mudança de uso do solo.
LÓGICA DE INTERVENÇÃO
O projeto se insere na componente "Ciência, Inovação e Instrumentos Econômicos" (4) do Quadro Lógico do Fundo Amazônia.
Clique na imagem abaixo para visualizar sua árvore de objetivos, ou seja, como se encadeiam os produtos e serviços do projeto com os objetivos específicos e os seus objetivos gerais.
Evolução
Evolução
Data da aprovação | 18.12.2012 |
Data da contratação | 07.08.2013 | Prazo de desembolso | 75 meses (a partir da data da contratação) |
Desembolsos
data | valor | |
---|---|---|
1º desembolso | 26.09.2013 | R$ 1.238.521,30 |
2º desembolso | 27.10.2014 | R$ 921.397,54 |
3º desembolso | 23.12.2015 | R$ 1.793.798,74 |
4º desembolso | 16.12.2016 | R$ 1.686.726,00 |
5º desembolso | 27.03.2018 | R$ 2.085.000,00 |
6º desembolso | 21.06.2019 | R$ 779.234,96 | Valor total desembolsado | R$ 8.504.678,54 |
Valor total desembolsado em relação ao valor do apoio do Fundo Amazônia
ATIVIDADES REALIZADAS
No que se refere à componente de capacitação e assessoria de multiplicadores agroflorestais foram realizadas oficinas para aproximadamente 60 pequenos agricultores para implementação e manejo de sistemas agroflorestais (SAFs) nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Piagaçú-Purus e Amanã, com as seguintes finalidades: (i) incentivar a diversificação produtiva, (ii) contribuir para o aumento da agrobiodiversidade e da biodiversidade global, (iii) contribuir com fontes alternativas para geração de renda e (iv) trazer melhorias no manejo do solo.
No âmbito da capacitação e assessoria de multiplicadores pecuaristas agroecológicos foram realizadas quatro oficinas para 33 criadores de gado da RDS Amanã (RDSA) com a finalidade de orientar a implementação da tecnologia social do sistema de Pastoreio Racional Voisin (PRV) e disseminar práticas e informações para se estabelecer o manejo pecuário agroecológico, contribuindo com a sustentabilidade deste e da criação animal nestas áreas.
As áreas utilizadas para criação animal foram identificadas e mapeadas em campo utilizando-se de ferramentas de georreferenciamento. Ao longo do projeto foram implementadas quatro áreas experimentais PRV para o manejo pecuário agroecológico, sendo uma unidade demonstrativa, localizada em área rural no município de Tefé e três áreas experimentais na RDSA. Elas incluem em sua estrutura o sistema de energia solar para abastecimento de água dentro das parcelas e a colocação das cercas ao redor dos sistemas, que seguem em fase de instalação pelos criadores.
Ao longo do projeto foram implementadas 11 áreas de SAFs, que vêm sendo manejadas e enriquecidas pelas famílias de pequenos agricultores. Atualmente, estas áreas estão produzindo uma grande diversidade de cultivos locais e regionais que incluem a produção de mandioca, frutíferas, hortaliças e plantas medicinais utilizadas para a subsistência das famílias e para comercialização em feiras locais.
Para a multiplicação de SAFs e sistemas pecuários agroecológicos foram realizadas em torno de 60 atividades de assessoria técnica para acompanhamento dos agricultores no desenvolvimento de práticas de manejo e manutenção de suas áreas produtivas onde se incluem as 11 áreas experimentais das SAFs durante o projeto. Nesta linha, foram também realizadas aproximadamente 100 atividades de assessoria técnica para os criadores de gado da RDSA para orientar a utilização de práticas para o manejo pecuário agroecológico, disseminar informações voltadas à realização da vacinação do rebanho, manejo sanitário dos animais, manejo dos animais nas áreas dos sistemas de Pastoreio Racional Voisin (PRV) e nas áreas de criação da forma tradicional. Os resultados destas atividades já podem ser percebidos entre as famílias de agricultores e criadores de gado, que demonstram a apropriação de práticas agroecológicas de manejo de SAFs, do rebanho e dos sistemas PRV, que foram desenvolvidas nas assessorias técnicas sendo incorporadas às práticas tradicionais de manejo.
No que se refere à execução de sistemas de energia solar para apoiar o resfriamento e armazenamento de polpas de frutas foram realizadas expedições periódicas à comunidade de Boa Esperança, RDSA, para a realização de reuniões e mobilização dos moradores para implementação da unidade de beneficiamento de frutas, localmente denominada de Casa das Polpas. Atualmente, essa unidade está em funcionamento e conta com equipamentos que subsidiam os produtores no processamento e beneficiamento da produção de polpas de frutas, provenientes dos sítios agroflorestais e equipamentos que dão suporte ao acondicionamento da produção até seu escoamento. A estrutura externa, composta pelo sistema de energia solar e sistemas de abastecimento de água (de poço e de captação de água de chuva), está sendo utilizada pelos moradores da comunidade e pelo grupo de produtores. Adicionalmente, foram realizadas 10 oficinas de capacitação para o grupo de produtores de polpas voltadas à gestão da Casa e às boas práticas de produção de polpas de frutas de sítios agroflorestais.
Neste período a produção de polpas de frutas produzida, armazenada e comercializada foi de 4.705kg. Além disso, foram realizadas 10 oficinas de capacitação para 30 agricultores do grupo de produtores de polpas de frutas.
Cabe destacar também o Programa de Manejo Florestal Comunitário (PMFC), que conduziu as atividades de manejo florestal madeireiro e não-madeireiro nas RDSM e RDSA. Por meio deste projeto, associações comunitárias que já possuíam algumas experiências no manejo florestal madeireiro foram capacitadas nas mais recentes técnicas, visando à sustentabilidade da atividade. Ainda neste período, novas associações passaram a ser assessoradas, disseminando o manejo florestal como uma alternativa de geração de renda entre os habitantes e usuários da RDSM. O componente não madeireiro envolveu comunidades que utilizam recursos florestais diversos, como fibras, óleos e argila. As estratégias de capacitação destes grupos são personalizadas de acordo com o recurso que utilizam e a assessoria realizada visando o manejo e monitoramento dos recursos naturais.
Oito oficinas para capacitação de agentes ambientais voluntários (AAVs) foram realizadas, pelas quais passaram 298 pessoas e deste grupo, 209 estão em atividade e fazem uso dos conhecimentos repassados nas oficinas de acordo com as suas realidades. Dentro de uma estratégia de capacitação continuada para o fortalecimento deste grupo foram realizadas outras 22 capacitações sobre temáticas diversas. Para o monitoramento das atividades dos AVVs, foram realizadas 19 viagens às reservas.
Sobre as atividades de monitoramento da conversão de habitat, o acompanhamento das transformações na paisagem se deu a partir da associação de duas pesquisas de monitoramento: a conversão dos habitats florestais em campo para uso agropecuário e a baseada em estudos por imagens de satélite com a análise da dinâmica da agricultura migratória e agropecuária na RDSA. Foram monitoradas áreas em campo e por imagens de satélite, sendo identificados 6.882,40 hectares de áreas totais convertidas e mapeadas por sensoriamento remoto. Ao longo do projeto foi realizada a consolidação de um banco de dados com informações referentes ao histórico de uso destas áreas e a dimensão e escala da atividade agrícola praticada nestas regiões. Foram monitorados 128,45 hectares e confeccionados 196 mapas identificando comunidades/setores de desenvolvimento de atividade agropecuária nestas regiões e estas informações foram devolvidas as comunidades para serem utilizadas pelas lideranças locais no planejamento de suas atividades. Os resultados da pesquisa estão sendo divulgados em eventos nacionais e internacionais e publicados em resumos e artigos científicos.
Avaliação Final
Acervo
Acervo
Nessa área disponibilizamos os principais materiais gerados (publicações, vídeos, imagens) pelo projeto. Clique no nome do arquivo para iniciar o download.