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Projeto

Floresta Ativa Tapajós

Centro de Estudos Avançados de Promoção Social e Ambiental – CEAPS (Projeto Saúde e Alegria)

Site oficial do projeto
Valor Total do Projeto
R$ 12.493.011,00
Valor do apoio do Fundo Amazônia
R$ 12.493.011,00
Contratado

Apresentação

Objetivos

Fortalecer as cadeias produtivas florestais não madeireiras, o turismo e o empreendedorismo de base comunitária na região do Tapajós, no oeste paraense

Beneficiários

Ribeirinhos, agroextrativistas e agricultores familiares

Abrangência territorial

Zonas rurais dos municípios de Santarém, Belterra, Aveiro e Juruti no estado do Pará, contemplando ações em: i) duas Unidades de Conservação (UCs): Floresta Nacional (Flona) do Tapajós e Reserva Extrativista (Resex) Tapajós-Arapiuns; ii) cinco projetos de assentamento agroextrativistas (PAE): Lago Grande, Santa Rita, Salé, Valha-me Deus e Balaio; iii) quatro projetos de assentamentos agroextrativistas (Peaex): Aruã, Vista Alegre, Mariazinha e Curumuci; e iv) um projeto de assentamento federal (PA): Moju I e II

Descrição

CONTEXTUALIZAÇÃO

O oeste paraense tem um histórico de exploração predatória dos recursos naturais. Sua ocupação se deu em parte mediante desmatamento ilegal e ocupação de terras públicas. As populações tradicionais, que ocupam os assentamentos, glebas e UCs da região, estão organizadas em comunidades que variam entre trinta e duzentas famílias, muitas em áreas remotas, distantes até vinte horas em viagem de barco dos centros urbanos, as quais vivem em situação de exclusão, risco e vulnerabilidade, com dificuldades para garantir a própria subsistência. O índice de desenvolvimento humano (IDH) médio dos municípios abrangidos pelo projeto é de 0,585 (o nacional é de 0,754). 

As populações tradicionais, que ocupam os assentamentos, glebas e Unidades de Conservação (UCs) da região, estão organizadas em comunidades que variam entre 30 e 200 famílias, muitas em áreas remotas, distantes até 20 horas em viagem de barco dos centros urbanos, as quais vivem em situação de exclusão, risco e vulnerabilidade, com dificuldades para garantir a própria subsistência. O índice de desenvolvimento humano (IDH) médio dos municípios abrangidos pelo projeto é de 0,585 (o nacional é 0,754)¹.

De modo geral, grande parte dos moradores é beneficiária de programas de distribuição de renda como Bolsa Família e Bolsa Verde. Os serviços públicos de transporte, saneamento, energia e comunicação ainda são insuficientes. A maioria das comunidades não conta com escolas que ofereçam o ensino médio. O êxodo rural atinge, principalmente, os segmentos mais jovens, que acabam migrando para as cidades, por falta de oportunidades locais de estudo ou trabalho. As mulheres acumulam jornadas extensas, uma vez que atuam nas tarefas domésticas, cuidam das crianças e idosos e ainda trabalham nos quintais e roçados. Espera-se que o projeto contribua para transformar esta situação, ao oferecer oportunidades de capacitação e de geração de renda.

A grande maioria das famílias depende da economia de subsistência, tendo na farinha de mandioca sua principal fonte de renda, complementada ainda por culturas perenes nos quintais, pesca, caça e criação de pequenos animais, artesanato, extração de borracha e óleos (sobretudo de andiroba e copaíba).

O sistema de produção agrícola predominante ainda é baseado na prática de “corte e queima”, o qual constitui um vetor de desmatamento, pela abertura de novas áreas de roçados, e não garante a segurança alimentar ou a melhoria da renda. Há algumas iniciativas de beneficiamento da produção e agregação de valor às atividades econômicas, mas o agroextrativismo ainda carece de estratégias eficientes que identifiquem e potencializem as cadeias produtivas e facilitem o acesso dos produtos ao mercado.

¹ Fonte: IBGE, Indicadores Sociais Municipais.  

PROJETO

O projeto tem como finalidade ampliar a escala de produção, aperfeiçoar o processo produtivo e aumentar a inserção comercial das cadeias produtivas de óleos vegetais, meliponicultura, sementes e mudas, na região do Tapajós. Também estão previstas ações de disseminação de práticas de produção agroecológica e a expansão dos empreendimentos comunitários de turismo e artesanato, a fim de criar alternativas de geração de renda para populações fragilizadas e tornar atrativa a manutenção da floresta em pé.

Serão construídas pousadas comunitárias, polos receptivos e uma casa de artesanato. Serão realizados três inventários turísticos e três planos de visitação e capacitação para os comunitários, além do trabalho de comunicação. Também estão previstas a implantação de unidades de beneficiamento de óleos vegetais e mel, unidades para estocagem de sementes, um entreposto comercial e um complexo de viveiros de mudas, entre outros.

O projeto também contempla a ampliação de um centro educacional difusor de práticas de manejo sustentável da floresta e agroecologia, com uma área de aproximadamente dois mil ha na RESEX Tapajós-Arapiuns, denominado Centro Experimental Floresta Ativa (CEFA). O CEFA atualmente está equipado com alojamento, espaços para atividades educacionais para 200 pessoas, viveiro de mudas, horta, unidade de criação de abelhas, tanque de piscicultura e diversas espécies nativas frutíferas. Os investimentos têm como objetivo expandir e diversificar as unidades produtivas demonstrativas do CEFA de modo a torná-lo um espaço de referência para capacitação teórica e, principalmente, para a prática em técnicas agroecológicas e para geração de tecnologias socioambientais que possam ser apropriadas pelas cadeias produtivas sustentáveis da região. 

LÓGICA DE INTERVENÇÃO

O projeto se insere nas componentes "Produção Sustentável" (1) e "Componente Ciência, Inovação e Instrumentos Econômicos" (4) do Quadro Lógico do Fundo Amazônia.

O fomento da produção sustentável é o principal foco do projeto, incluindo a elaboração de estudos de potencial econômico e de planos de negócios de cadeias produtivas da sociobiodiversidade, bem como o apoio à produção de mel e seu beneficiamento, a construção de unidades para estocagem e comercialização de sementes, da casa de artesanato e de polos receptivos turísticos e pousadas comunitárias, além do apoio a outras atividades produtivas.

As atividades apoiadas nesse componente visam a identificar e desenvolver atividades econômicas de uso sustentável da floresta e da biodiversidade nas Unidades de Conservação (UCs) e assentamentos da reforma agrária abrangidas pelo projeto, incluindo a agregação de valor a essas cadeias, bem como a ampliação da capacidade gerencial e técnica das comunidades locais para a implementação dessas atividades econômicas.

Espera-se que as atividades econômicas sustentáveis apoiadas tenham atratividade econômica nas UCs e nos assentamentos federais e estaduais beneficiados, promovendo a inclusão produtiva dos povos e das comunidades tradicionais extrativistas e incentivando modelos produtivos que preservem a floresta em pé.

O projeto prevê, ainda, a estruturação de um laboratório de sementes na Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), a ser utilizado na realização de pesquisas sobre sementes florestais que contribuam para as ações do projeto. Dessa forma, o projeto também contribui para a "Componente Ciência, Inovação e Instrumentos Econômicos" (4) do Quadro Lógico do Fundo Amazônia, ao prever a produção e utilização de conhecimentos e tecnologias voltados para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade.

Clique na imagem abaixo para visualizar sua árvore de objetivos, ou seja, como se encadeiam os produtos e serviços do projeto com os efeitos diretos e indiretos esperados.

quadrologico

Evolução

Data da aprovação 02.05.2018
Data da contratação 24.07.2018
Prazo de utilização 60 meses (a partir da data da contratação)
aprovação
02.05.2018
contratação
24.07.2018
conclusão

Desembolsos

ano valor
1º desembolso 11.12.2018 R$ 1.763.100,00
2º desembolso 14.07.2020 R$ 5.637.200,00
3º desembolso 23.01.2023 R$ 3.111.054,41
4º desembolso 06.06.2023 R$ 1.981.656,19
Valor total desembolsado R$ 12.493.010,60

Valor total desembolsado em relação ao valor do apoio do Fundo Amazônia

100%

ATIVIDADES REALIZADAS

No âmbito do apoio a cadeias produtivas sustentáveis não madeireiras foram realizadas oficinas para formação e capacitação de manejadores de abelhas nativas sem ferrão; roça sem queima para produtores agroextrativistas; coleta de sementes florestais; produção de mudas agroflorestais; técnicas de manejo de sistemas agroflorestais (SAF); e, um intercâmbio de troca de experiências em meliponicultura no qual foram entregues a 100 manejadores de abelhas sem ferrão kits (EPIs, ferramentas e equipamentos) para o manejo de enxames de abelhas e o beneficiamento do mel.

Foram realizadas 223 visitas de assistência técnica e extensão rural (Ater) para produtores(as) rurais agroextrativistas, sendo 19 em meliponicultura e 204 em reposição florestal.

Foi instalado o primeiro módulo da horta orgânica do Centro Experimental Floresta Ativa (CEFA), com a construção de dez canteiros com sistema de irrigação e adubação orgânica. 38 mil mudas agroflorestais foram produzidas, sendo 27 mil distribuídas nas comunidades da Resex Tapajós Arapiuns, da Flona do Tapajós e do Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) da Gleba Lago Grande.

Na Flona do Tapajós foi apoiada a comercialização de 7,5 toneladas de sementes de andiroba beneficiadas com a utilização de mesas de secagem e localizadas em comunidades estratégicas, em articulação com a Cooperativa Mista da Floresta Nacional do Tapajós (Coomflona) e a empresa Natura. Quanto ao apoio à gestão das cadeias produtivas está em andamento um estudo do potencial econômico da biodiversidade e de mercado para sementes e mudas.

Estão sendo implementadas a infraestrutura receptiva comunitária (restaurante e redário) na Flona do Tapajós e uma casa de artesanato no PAE Lago Grande. Também estão em fase de finalização dois inventários turísticos e dois planos de visitação das comunidades da Resex Tapajós Arapiuns e Flona do Tapajós.

Quanto ao apoio à gestão de empreendimentos comunitários já estabelecidos, foi realizada a estruturação do escritório da Cooperativa de Turismo e Artesanato da Floresta (Turiarte), com a aquisição de equipamentos e mobiliário. Complementarmente, foram realizados 17 eventos de formação e estímulo ao turismo de base comunitária.

Foram realizadas articulações, reuniões e capacitação junto à Associação dos Produtores Rurais da Margem Esquerda do Tapajós (Apruspebras), que atua no entorno do CEFA, para o engajamento da organização na produção de mudas agroflorestais para atender quintais produtivos comunitários e as demandas de reposição florestal da região.

Visando o apoio da gestão territorial e o fortalecimento de lideranças comunitárias, foram realizados três seminários intercomunitários de fortalecimento da organização social, sendo dois na Flona do Tapajós e um na Resex Tapajós Arapiuns.

Em relação ao empreendedorismo juvenil, 131 jovens participaram de atividades de formação para o empreendedorismo em cadeias produtivas da sociobiodiversidade.

Foi assinado um acordo de parceria com a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) para a estruturação do laboratório de sementes florestais com equipamentos e materiais para a realização de análises, beneficiamento e armazenamento de amostras e emissão de laudos e parecer técnico dos lotes de sementes. A parceria prevê também ações como: capacitação em definição de área de coleta e na própria coleta de sementes, beneficiamento, armazenamento e análises de sementes florestais; treinamento em produção de mudas em viveiro; monitoramento e acompanhamento técnico dos plantios; instalação de parcelas de monitoramento dos plantios; acompanhamento do desenvolvimento do plantio e divulgação dos resultados.

Avaliação Final