CONTEXTUALIZAÇÃO
O manejo florestal comunitário, madeireiro e não madeireiro, tem sido apontado como uma ferramenta para a redução do desmatamento, pois se caracteriza como uma importante fonte de renda sustentável aos manejadores e uma alternativa às práticas predatórias de exploração convencional.
Quando realizado de forma comunitária, o manejo tem potencial de fortalecer o espaço social e político das famílias e da comunidade – uma vez que devem agir como protagonistas no processo de produção e organização – além de proporcionar a inclusão produtiva, garantia de renda e maior apropriação sobre a terra. Entretanto, há barreiras a serem superadas para a consolidação do manejo florestal comunitário, tais como: a garantia de acesso e uso da floresta, o fortalecimento da organização social, o crédito, a assistência técnica e o acesso ao mercado.
O fomento ao manejo é particularmente relevante no estado do Amazonas, que, por um lado, detém a maior área de floresta conservada da Amazônia, mas, por outro, apresentou o maior crescimento do desmatamento entre os anos de 2015 e 2016. Ainda que aproximadamente 10% da área do estado do Amazonas seja destinada ao extrativismo vegetal, a participação dos planos de manejo madeireiro de pequenos produtores em relação ao volume total licenciado foi pouco expressiva: 4% durante o período de 2010 a 2014. E, de acordo com estudo do Idesam, somente 20% do volume de madeira licenciado em 2014 por planos de manejo de pequena escala elaborados pela instituição foram comercializados.
O PROJETO
O projeto prevê a estruturação da rede Cidades Florestais, que compreende a estruturação física de uma Central Florestal – que servirá como núcleo de tecnologia do projeto além de propiciar a conexão de atores florestais – e o desenvolvimento de uma plataforma tecnológica. A ferramenta será dedicada à gestão da propriedade, à elaboração e execução dos planos de manejo e à conexão entre os atores florestais. A utilização da plataforma busca garantir que o manejo florestal das pequenas propriedades seja realizado de acordo com a legislação aplicável, favorecendo a adesão a políticas públicas e fomentando a comercialização da produção manejada.
Adicionalmente, o projeto apoiará a implantação de 25 planos de manejo a serem executados por 15 associações locais, com meta de ampliação de 40% da oferta atual de madeira proveniente de planos de manejo madeireiros de pequena escala no Amazonas. O apoio à implantação dos planos se dará por meio de:
- capacitação de manejadores para a maximização do aproveitamento da matéria-prima, da segurança, do planejamento e da comercialização;
- ações de campo para exploração e comercialização da madeira.
Outras ações dedicadas à estruturação de uma rede de óleos vegetais no Amazonas e ao aumento da atratividade dos produtos florestais, tais como a certificação das cadeias produtivas, serão apoiadas.
LÓGICA DE INTERVENÇÃO
O projeto se insere nas componentes "Produção Sustentável" (1) e "Ciência, Inovação e Instrumentos Econômicos" (4) do Quadro Lógico do Fundo Amazônia.
Clique na imagem abaixo para visualizar sua árvore de objetivos, ou seja, como se encadeiam os produtos e serviços do projeto com os objetivos específicos e os seus objetivos gerais.
